UE ameaça retirar observadores de Gaza devido a cerco de Israel

O Estado judeu exerce total controle marítimo e aéreo sobre Gaza, assim como sobre suas fronteiras terrestres

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Por Agencia Estado
Atualização:

Observadores europeus responsáveis pelo monitoramento da passagem de fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito ameaçaram nesta quinta-feira abandonar a missão se Israel continuar a obrigar o fechamento do local. A ação dos monitores é parte essencial de um acordo mediado pelos Estados Unidos para o funcionamento do entroncamento de Rafah. Se eles saírem, o único contato dos palestinos de Gaza com o mundo externo ficará paralisado. Israel exerce total controle marítimo e aéreo sobre Gaza, assim como sobre suas fronteiras terrestres. O entroncamento de Rafah é o único controlado pelos palestinos, mas seu funcionamento depende da presença dos monitores da UE. Os observadores europeus, por sua vez, ficam hospedados em Israel e viajam diariamente a Rafah. Israel viola o acordo mediado pelos EUA ao manter as fronteiras fechadas por longos períodos, impedindo que os monitores europeus entrem em Gaza e cheguem a Rafah, denunciou Maria Telleria, porta-voz da missão de monitoramento. "Estamos discutindo se encerraremos nossa missão ou não", prosseguiu ela. A missão da UE, cujo mandato precisa ser renovado anualmente, expira em novembro. A decisão européia sobre o prosseguimento ou não da missão será tomada no fim de outubro", disse Telleria. O representante europeu para o Oriente Médio, Marc Otte, desembarcou ontem em Israel para discutir o assunto. Período de uso Desde o fim de junho, quando militantes palestinos capturaram um soldado israelense, o entroncamento de Rafah funcionou durante apenas 12 dias, disse Telleria. Israel alega questões de segurança e diz temer que militantes tentem retirar o soldado de Gaza, onde acredita-se que ele estaria sendo mantido em cativeiro. O bloqueio israelense acentuou ainda mais a miséria na já empobrecida Faixa de Gaza. Nesta quinta-feira, quando a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, encerrava uma visita a Israel, a chancelaria americana informou que o governo israelense havia concordado em permitir o funcionamento de Rafah em intervalos regulares durante o mês sagrado do Ramadã, que termina em duas semanas e meia.

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