24 de março de 2011 | 00h00
BRUXELAS
A União Europeia (UE) ampliou ontem as sanções contra o governo do presidente líbio Muamar Kadafi, incluindo a Companhia Nacional de Petróleo (NOC, na sigla em inglês) e cinco subsidiárias no embargo aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU. A medida restringirá o financiamento europeu concedido à estatal petrolífera da Líbia.
Anteriormente, a UE havia aprovado três rodadas de sanções: a primeira contra Kadafi e pessoas próximas a ele; a segunda contra algumas das principais entidades, líbias como o banco central e seu fundo soberano; a terceira amplia as duas decisões anteriores. A lista inclui mais de 30 pessoas e organizações. A Alemanha exigia a inclusão de empresas de energia, mas a Itália, até então, não concordava.
Os nomes das cinco subsidiárias serão publicados no Diário Oficial da UE hoje. Entretanto, o impacto do embargo petrolífero na Líbia deve ser limitado, já que a indústria do país está paralisada desde o acirramento dos confrontos entre rebeldes e forças leais a Kadafi.
A Líbia é o 17.º maior país exportador de petróleo do mundo, produzindo 1,6 milhão de barris por dia. Cerca de 85% da produção é exportada para a Europa, um terço para a Itália. Na terça-feira, os EUA puniram 14 filiais da NOC e pediram que a comunidade internacional fizesse o mesmo. A decisão segue a orientação da resolução 1973 do Conselho de Segurança.
Solução rápida. A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse ontem que Kadafi pode encerrar a crise no país imediatamente se deixar o poder. Segundo ela, a Casa Branca quer que o governo líbio "tome a decisão certa", cumpra o cessar-fogo anunciado na semana passada, retire os militares das cidades e prepare uma transição de governo que não inclua o ditador. Segundo ela, o coronel e seus aliados precisam "fazer escolhas".
O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, afirmou que não é possível prever a duração da operação militar na Líbia, mas garantiu que os EUA deixarão o comando da operação até o fim de semana.
O presidente americano, Barack Obama, descartou categoricamente uma invasão terrestre para derrubar Kadafi. Obama reafirmou que os EUA passarão, nos próximos dias, o controle da operação militar a outros países aliados.
"Quando essa transição ocorrer, não serão nossos aviões que manterão uma zona de exclusão aérea. Não serão nossos navios que farão cumprir o embargo de armas. Isto é precisamente o que os outros países farão", disse Obama, que falou em meio às crescentes críticas de Congresso com relação à intervenção na Líbia. /REUTERS e AP
Grande exportador
1,6 milhão
de barris por dia era a produção petrolífera da Líbia antes da crise
85%
da produção líbia tem como destino países europeus
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