
18 de maio de 2015 | 17h03
BRUXELAS - A União Europeia (UE) aprovou uma missão naval nesta segunda-feira, 18, para conter quadrilhas de contrabando de imigrantes provenientes da Líbia, enquanto partes de um plano mais amplo para lidar com a situação começaram a ser revelados, em meio a uma polêmica sobre as cotas nacionais para os que buscam asilo.
A morte de centenas de pessoas no mar, incluindo o afogamento de até 900 em um único navio no Mediterrâneo no mês passado, levou governos europeus a dar uma resposta mais firme. No entanto, além de um financiamento maior para as operações de resgate, a UE está dividida sobre como agir num momento em que partidos anti-imigrantes ganham apoio em alguns países.
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"Este é apenas o começo. Agora, o planejamento começa", disse a chefe de política externa da UE, Federica Mogherini, sobre a missão naval, acrescentando que a operação pode começar no próximo mês.
A União Europeia quer prender os contrabandistas e destruir seus barcos ao longo da costa da Líbia para combater a crescente imigração de pessoas que fogem da guerra e da pobreza na África e no Oriente Médio, mas muitos países europeus querem autorização da ONU para operar perto da costa de um país que vive situação caótica desde que potências ocidentais apoiaram uma revolta de 2011 que derrubou Muammar Kadafi.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, exortou a Europa a dar esse passo, em parte porque os militantes do Estado Islâmico poderiam estar "também tentando se esconder, se misturando entre os imigrantes", a fim de chegar à Europa.
Pelo menos 51 mil imigrantes entraram na Europa este ano, atravessando o Mar Mediterrâneo, tendo 30,5 mil chegado via Itália. Cerca de 1,8 mil se afogaram na tentativa de chegar à Europa, diz a agência de refugiados da ONU.
Como parte de sua estratégia para imigração, a Comissão Europeia revelou na semana passada um plano para aceitar mais 20 mil refugiados ao longo dos próximos dois anos, uma resposta à situação de emergência. / REUTERS
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