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UE aprova sanções contra setor energético do Irã

Por LUKE BAKER E DAVID BRUNNSTROM
Atualização:

A União Europeia decidiu nesta quinta-feira intensificar suas sanções contra o Irã, incluindo medidas para impedir investimentos nos setores de gás e petróleo do país e para restringir sua capacidade de refino. As medidas vão substancialmente além das sanções adotadas no dia 10 de junho pelo Conselho de Segurança da ONU por causa do programa nuclear iraniano. O Ocidente suspeita que o Irã esteja tentando desenvolver armas nucleares, algo que a República Islâmica nega. As medidas europeias irão entrar em vigor nas próximas semanas. Seus principais alvos são bancos, transportes, companhias de seguro e os importantes setores de gás e petróleo. Os governantes europeus decidiram proibir "novos investimentos, assistência técnica e transferências de tecnologia, equipamentos e serviços relacionados a essas áreas, em particular relacionadas ao refino, liquefação e tecnologia de gás natural liquefeito." As medidas, mais duras do que previam alguns diplomatas, devem ser muito prejudiciais ao Irã porque o país, embora seja o quinto maior exportador mundial de petróleo, tem pouca capacidade de refino. "O Conselho da União Europeia lamenta profundamente que o Irã não tenha aproveitado as muitas oportunidades que lhe foram oferecidas para eliminar as preocupações da comunidade internacional com relação à natureza do programa nuclear iraniano," disseram os líderes europeus em nota. "Sob tais circunstâncias, novas medidas restritivas se tornam inevitáveis." Diplomatas disseram que alguns países da UE, especialmente a Alemanha, que tem fortes interesses econômicos no setor iraniano de gás e petróleo, tinha preocupações com o endurecimento das sanções, mas nesta ocasião acabaram concordando com um comunicado contundente. A decisão da UE ocorre no momento em que o Congresso busca aprovar seu próprio pacote de medidas adicionais contra o Irã. Tanto os EUA quanto a UE queriam medidas mais duras na ONU, mas Rússia e China, com poder de veto, trataram de atenuá-las. O impacto político das sanções do Conselho de Segurança foi reduzido também por causa do voto contrário de Turquia e Brasil, integrantes temporários do Conselho. Na quarta-feira, o Departamento do Tesouro dos EUA já havia adotado restrições contra outro banco estatal iraniano e contra empresas que, segundo as autoridades norte-americanas, servem de fachada para a estatal iraniana de navegação IRISL. Os EUA tentam coordenar suas sanções com as da UE. Além disso, Washington identificou 20 empresas petrolíferas e petroquímicas que estariam sob controle do governo iraniano, e que como tal ficam proibidas de fazer negócios com empresas dos EUA, conforme um embargo comercial preexistente.

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