UE avalia como negociar a questão nuclear com o Irã

"Para a União Européia, a diplomacia continua sendo a opção No. 1 para seguirmos adiante", afirmou ministro finlandês

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Por Agencia Estado
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Os ministros do exterior europeus discutiram nesta sexta-feira sobre caminhos para retomar o processo de paz no Oriente Médio, e disseram que ainda é muito cedo para punir o Irã com sanções por não cumprir com o prazo dado pela ONU para suspender seu programa nuclear. "Este não é o momento nem o local" para a comunidade internacional aplicar sanções contra o Irã, afirmou o ministro do exterior da Finlândia, Erkki Tuomioja, antes do encontro com os seus colegas da União Européia. Atualmente a Finlândia detém a presidência rotativa da UE. O chefe das relações exteriores da UE, Javier Solana, irá se encontrar com o chefe das negociações nucleares do Irã no início da próxima semana, já que os 25 membros do bloco decidiram dar outra chance para a resolução do conflito através de vias diplomáticas. O desacato iraniano de um prazo dado pela ONU para que o país encerre suas atividades de enriquecimento de urânio - que expirou na quinta-feira - ampliou a possibilidade de que o país venha a sofrer sanções impostas pela comunidade internacional. Funcionários dos EUA disseram que nenhuma ação será tomada antes do encontro. "Para a União Européia, a diplomacia continua sendo a opção 1ª para seguirmos adiante", afirmou Tuomioja. Os diplomatas reunidos no sul da Finlândia também debateram formas de reviver o processo de paz entre Israel e os palestinos, aproveitando um momento em que os países europeus estão engajados na manutenção da paz entre Israel e o Hezbollah. Ainda assim, o ministro disse que União Européia não mudará sua política de não estabelecer contatos com o governo palestino liderado pelo Hamas. O comentário parece ter foi No entanto, Tuomioja disse que a União Européia não irá mudar sua política de não-contato com o governo palestino liderado pelo Hamas. "Não estamos mudando nossa política em relação a contatos com o Hamas", disse Tuomioja. Aparentemente ele estava voltando atrás em seus comentários publicados em um jornal antes do encontro, no qual ele dizia que a UE talvez tenha que concordar em manter conversas diretas com funcionários do governo do Hamas. "O Hamas não é o mesmo partido que era antes das eleições", teria dito o finlandês ao jornal Financial Times-Alemanha. "Devemos ser capazes de conversar com qualquer um que seja relevante." A União Européia considera o Hamas como organização terrorista. Tuomioja continua comprometido com o chamado Mapa do Caminho para a Paz no Oriente Médio como "a única forma possível para alcançar uma paz justa e duradoura". O plano de 2003 demanda um Estado palestino vivendo lado a lado com Israel. Entre as idéias que estão sendo analisadas, está a sugestão da comissária para relações externas da UE, Benita Ferrero-Waldner, de que o processo de paz só irá avançar se for realizado um encontro entre o premiê israelense, Ehud Olmert, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas, que quer ver um governo palestino de unidade nacional. O ministro do exterior holandês, Ben Bot, disse que a UE continuava vendo o Hamas como grupo terrorista. Se Abbas conseguir criar um governo de unidade nacional, ele também terá que cumprir as demandas para que os palestinos reconheçam o Estado de Israel, honrar os acordos existentes, e renunciar à violência. As conversas, com duração de dois dias, acontecem em uma fortaleza na cidade de Lappeenrantra.

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