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UE oferece envio de missão de alto nível ao Oriente Médio

Por Agencia Estado
Atualização:

A União Européia (UE) ofereceu nesta quarta-feira o envio uma delegação de alto nível ao Oriente Médio. O primeiro-ministro da Espanha, José María Aznar, atual presidente de turno da UE, disse estar disposto a ir somente se puder se reunir com o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, e o presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, que está cercado por tropas israelenses em seu quartel-general na Cisjordânia. Aznar falou por telefone durante 90 minutos com Sharon, enquanto ministros europeus de Relações Exteriores, reunidos em Luxemburgo, discutiam formas de conter a ofensiva israelense contra os palestinos. Sharon rejeitou a oferta, mas Aznar pediu para que ele reconsiderasse, disse Manuel Roca, porta-voz de Aznar, acrescentando que o premier israelense iria discutir a idéia com seu gabinete. Esta semana, Sharon sugeriu que os europeus levassem Arafat para o exílio - o que os europeus rejeitaram com irritação. Eles consideram Arafat e sua Autoridade Palestina como os únicos interlocutores válidos para Israel, que acusa o líder palestino de 72 anos de não fazer o suficiente para conter ataques palestinos contra civis israelenses. Os ministros do Exterior da UE também planejam emitir um novo apelo a Israel e aos palestinos para cessarem imediatamente os confrontos em obediência a resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) e darem início a medidas que criem confiança para que conversações de paz possam ser retomadas, disseram autoridades. A UE também quer que Israel suspenda o cerco a Arafat. Mais cedo hoje, o chefe da Comissão Executiva da UE, Romano Prodi, pediu aos Estados Unidos para se afastarem da posição de primeiros mediadores da paz e deixarem uma ampla aliança de nações mediar a paz na região. "Está claro que os esforços de mediação (norte-americanos) fracassaram e necessitamos de uma nova mediação" antes que o conflito entre israelenses e palestinos se transforme numa guerra regional, disse Prodi. Ele afirmou que as conversações de paz deveriam envolver não apenas os EUA, mas também a UE, as Nações Unidas, a Rússia, Estados árabes moderados, Israel e a Autoridade Palestina. O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, deve se encontrar com autoridades da UE em Madri na próxima semana. Os EUA têm dominado o processo de paz por muitos anos e têm abafado aspirações da UE a um maior papel nas negociações. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, tem apoiado a operação militar de Israel, considerando-a uma autodefesa. Israel considera governos da UE, especialmente a França, como pró-arabes e não os aceita como mediadores. Existe um crescente sentimento na Europa de que os Estados Unidos não têm exercido plenamente sua influência como superpotência para trazer árabes e Israel à mesa de negociações. Em Gotemburgo, o primeiro-ministro da Suécia, Goeran Persson, disse que Washington pressiona muito pouco Israel para fazer a paz. "Não vejo uma pressão verdadeira, forte, dos Estados Unidos, sobre Israel que o faça dar um passo atrás", afirmou Persson. A ministra do Exterior sueca, Anna Lindh, afirmou que Sharon é o maior responsável pela escalada da violência no Oriente Médio.

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