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UE pede cessar "imediato" das hostilidades entre Israel e Hezbollah

Ministros do Exterior da União Européia não concordaram com um documento proposto que demandava um "cessar-fogo imediato"

Por Agencia Estado
Atualização:

A União Européia pediu para Israel e o Hezbollah pararem com as "hostilidades" imediatamente, e afirmou que o bloco de 29 países teria um papel-chave em uma força internacional a ser enviada ao sul do Líbano. Em um reflexo das divergências internas, os ministros do exterior da UE não concordaram com o documento proposto que demandava "cessar-fogo imediato", aparentemente devido à oposição liderada pela Inglaterra e Alemanha. A resistência a forçar Israel a um cessar-fogo incondicional se deve à preocupação de que tal ato possa ser visto como uma vitória do grupo Hezbollah. Tanto os países ocidentais quanto o Líbano querem ver o Hezbollah desarmado, não fortalecido. A União Européia também afirmou que um cessar-fogo deveria ser "sustentável", repetindo o termo usado pelos oficiais norte-americanos que querem que o fim da guerra seja acompanhado por mudanças, especialmente com a remoção do Hezbollah da fronteira com Israel. Tanto os países europeus quanto países de outros continentes têm pressionado a União Européia a desempenhar um papel mais efetivo pelo término do derramamento de sangue no Oriente Médio. Divergências dentro do bloco No entanto, nesta terça-feira, Inglaterra, Alemanha, Holanda, e a República Checa se recusaram a aprovar um documento que demandava o cessar-fogo imediato. Os ministros do Exterior da UE pediram então "um cessar imediato das hostilidades, a ser seguido por um cessar-fogo ´sustentável´", segundo o ministro finlandês do exterior, Erkki Tuomioja. "Cessar as hostilidades não é o mesmo que cessar-fogo", disse o ministro do Exterior da Alemanha Frank-Walter Steinmeier. "Um cessar fogo pode ser atingido posteriormente. O ministro alemão disse também que "agora só podemos pedir ao Conselho de Segurança e pressionar para que não se desperdice mais tempo". A secretária do Exterior inglês, Margaret Beckett, negou que a recusa do pedido de cessar-fogo por parte da Inglaterra seja um estímulo para Israel continuar os ataques no sul do Líbano. Mais de 500 libaneses morreram nas três semanas de combate. "Seria triste e desanimador se alguém interpretasse assim as conclusões de hoje", afirmou a secretaria. "Todos nós queremos ver a violência chegar ao fim." Segundo Margaret, há a necessidade de "um acordo político, pois essa é a única base sólida para seguir adiante". Tuomioja, cujo país detém a cadeira rotativa da presidência da UE, afirmou que o bloco estava unido nas negociações. Ele também afirmou que União Européia pode dar uma "contribuição decisiva" no sentido de acabar com a guerra, e pediu ao Conselho de Segurança da ONU a rápida criação de uma resolução que termine com os combates essa semana. O documento da UE continha um forte aviso a Israel citando a negligência do Estado judeu nas precauções para evitar a morte de civis no Líbano. O documento dizia que "constitui uma ruptura severa das leis internacionais de direitos humanos". Mas, segundo diplomatas, o Reino Unido e outros países conseguiram evitar tais termos no documento. A declaração final pedia então às duas partes que "façam todo o possível para proteger populações e evitar ações que violem as leis internacionais de direitos humanos". Os ministros da UE também concordaram em mandar 50 milhões de euros para ajuda humanitária para o Líbano devastado, e disseram que não irão adicionar o Hezbollah a lista da UE de organizações terroristas. A guerra entre Israel e Líbano começou há 21 dias, após o assassinato de três soldados israelenses e o seqüestro de outros dois, por integrantes do Hezbollah, em território israelense. Texto atualizado às 18h42

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