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UE quer resposta às condições impostas ao Hamas

Representante da UE em Israel também rechaçou acusação de que proposta européia seria chantagem

Por Agencia Estado
Atualização:

A União Européia (UE) espera que o Hamas responda de forma positiva às condições impostas pelo Quarteto de Madri, disse hoje à EFE o representante do bloco em Israel, Ramiro Cibrian-Uzal. O diplomata também rejeitou as acusações de que a UE estaria fazendo "chantagem" com o movimento islâmico. "Nós demos o primeiro passo estabelecendo os critérios com base nos quais poderemos cooperar com um futuro Governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP). Agora, é preciso que as autoridades políticas palestinas nos dêem uma resposta sobre se os critérios são aceitáveis para eles ou não", disse Cibrian-Uzal. "A UE continuará formulando suas políticas com base nessa resposta", ressaltou. O diplomata se referia às três condições definidas ontem pelo Conselho da UE para estabelecer relações com o Hamas e continuar colaborando com um Governo palestino sob o comando do grupo, que não aceita a existência de Israel e rechaça os acordos de Oslo. De acordo com ele, a UE não pode dialogar nem contribuir financeiramente com um Governo que "não aceite a resolução pacífica do conflito, não respeite os acordos e compromissos adotados pela ANP no passado e não reconheça Israel como interlocutor legítimo, imprescindível e irrenunciável". As condições da UE, apoiadas horas depois em Londres pelo Quarteto de Madri, foram classificadas pelo Hamas como uma "chantagem" e uma "extorsão". "As exigências do Quarteto são uma chantagem com o povo palestino. O grupo não deve tratar este assunto com dois pesos e duas medidas, e qualquer apoio oferecido aos palestinos deve se basear na justiça, e não na extorsão", respondeu o porta-voz do grupo radical na Faixa de Gaza, Mushir Al-Masri. No entanto, para Cibrian-Uzal, "são condições extraordinariamente razoáveis e sensíveis, já que, para poder que as relações com a ANP e seu Governo continuem como foram até agora, é absolutamente necessário que essa administração tenha um compromisso claro com a não violência". Desde 1994, o Hamas assumiu pelo menos 49 atentados a bomba ou suicidas, que deixaram 391 mortes. Por isso, é considerada uma organização terrorista nos Estados Unidos, na União Européia e em Israel. Para apagar seu nome dessas listas e estabelecer vínculos de trabalho com seus representantes, Bruxelas exige ao Hamas que desista da luta armada e reconheça os acordos de Oslo como base de todas os pactos que o seguiram, até o Mapa do Caminho de 2003. Por enquanto, os 25 membros da UE não suspenderam as ajudas aos palestinos, que passam dos cerca de US$ 500 milhões anuais, mas exige que o grupo renuncie à violência para continuar contribuindo com a ANP. "A UE não apóia os palestinos economicamente porque um belo dia alguém achou que estava sobrando dinheiro, mas para respaldar acordos políticos. Portanto, acho que a continuação dessa ajuda depende da aplicação" dos acordos anteriores, completou Cibrian-Uzal.

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