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UE quer saber como governo palestino aplicará acordo

Javier Solana lembrou que o Hamas declarou que não pretente reconhecer Israel

Por Agencia Estado
Atualização:

O Alto Representante de Política Externa e Segurança Comum da União Européia (UE), Javier Solana, disse que os membros do bloco querem saber como o futuro governo de unidade da Autoridade Nacional Palestina (ANP) "porá em prática" o Acordo de Meca, feito entre os movimentos Fatah e Hamas. Falando a uma rádio israelense, Solana lembrou que o acordo não inclui um reconhecimento de Israel, mas que existe no texto uma referência à proposta de paz com o Estado judeu feita pela Arábia Saudita na cúpula árabe realizada em Beirute em 2002. O representante europeu afirmou à rádio israelense que "a assinatura do acordo é importante em si para pôr fim ao círculo da violência dentro da ANP e, agora, é preciso ver como será aplicado". Os ministros de Assuntos Exteriores da UE, reunidos na segunda-feira em Bruxelas, deram as boas-vindas ao Acordo de Meca, assinado na quinta-feira pelo presidente da ANP, Mahmoud Abbas, do Fatah, e pelo primeiro-ministro Ismail Haniyeh, do Hamas, sob o patrocínio do rei Abdullah da Arábia Saudita, para formar um Governo de união nacional. Os termos do acordo foram apresentados aos ministros europeus por Nabil Amre, emissário do primeiro-ministro Haniyeh, que espera a chegada a Gaza do presidente Abbas para concretizar a formação do governo de Unidade. Abbas deve explicar hoje explicar o acordo com o Hamas ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Amã, capital da Jordânia. A reunião de Meca esteve precedida por várias semanas de violentos choques entre as forças de segurança da ANP leais a Abbas, assistidas por milicianos do movimento nacionalista Fatah, e uma "força executiva" ou "auxiliar", comandada pelo grupo radical islâmico Hamas. A UE e a Rússia fazem parte, ao lado de Estados Unidos e da ONU, do Quarteto de Madri para promover a paz no Oriente Médio por meio de um plano elaborado em 2003 que prevê a criação de um Estado palestino junto ao de Israel, cuja legitimidade é rejeitada pelo governo da ANP comandado pelo Hamas. Aquele plano de paz, conhecido como "Mapa do Caminho", foi aprovado então pelo presidente da ANP, Yasser Arafat, e pelo primeiro-ministro israelense Ariel Sharon, embora no caso deste último com mais de quinze "reservas". Solana anunciou que os representantes do Quarteto de Madri voltarão a se reunir no dia 21 em Berlim, dois dias depois da reunião a ser realizada em Jerusalém Ocidental pelo primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, pelo presidente Abbas, e pela secretária de Estado americana, Condoleezza Rice.

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