UE recomenda que diplomatas dos EUA sejam obrigados a pedir visto

A recomendação da Comissão Européia tem como base o princípio da reciprocidade diplomática

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Comissão Européia anunciou nesta quarta-feira que recomendará aos países da União Européia (UE) a imposição de exigência de visto para viagens de diplomatas americanos aos países do bloco, porque os Estados Unidos recusam-se a oferecer livre trânsito aos diplomatas de todas as 25 nações que compõem a entidade. Friso Roscam Abbing, porta-voz da UE, disse que os ministros da Justiça e do Interior dos 25 países do bloco debaterão na quinta-feira (5) a recusa americana em conceder livre trânsito aos diplomatas de Chipre, Grécia, Malta e de outras sete nações do leste europeu que ingressaram na entidade em 2004. De acordo com ele, a expectativa é de que os ministros adotem a recomendação da Comissão Européia e implementem a medida retaliatória. A Comissão Européia é o órgão executivo da UE. "A UE agora pode vislumbrar a adoção de medidas como essa", comentou Roscam Abbing. "Trata-se de um exercício extremamente frustrante para os cidadãos desses Estados, que ainda não podem se beneficiar de um mecanismo para o qual já deveriam estar (automaticamente) eleitos", explicou. O assunto é uma questão extremamente delicada especialmente nos países do antigo bloco comunista que ingressaram recentemente na UE e tornaram-se aliados de Washington. Os governos de alguns desses países chegaram a enviar soldados ao Iraque e ao Afeganistão, muitas vezes contrariando a vontade da maioria de seus eleitores. De acordo com Roscam Abbing, o comissário de justiça da UE, Franco Frattini, enviou uma carta ao secretário de Segurança Interna dos EUA, Michael Chertoff, na qual disse acreditar que não existe mais nenhuma razão "compreensível ou aceitável" para que o governo americano continue rejeitando a suspensão da necessidade de vistos a diplomatas de países que compõem a UE. A recomendação da Comissão Européia tem como base o princípio da reciprocidade diplomática, que goza de aceitação universal no campo das relações exteriores.

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