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UE se compromete a adotar novas sanções contra a Venezuela

Bloco incluirá novos nomes de membros do governo em lista de embargos e restrições; alvos das restrições, que devem passar a valer em junho, inda não foram especificados

Por Jamil Chade , Correspondente e Genebra
Atualização:

GENEBRA - Os governos da União Europeia (UE) chegaram a um acordo nesta segunda-feira, 28, para adotar novas sanções contra o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela. Bruxelas garantiu, porém, que as medidas serão focadas em membros do governo e não afetarão ainda mais a vida da população local.

No fim de semana, Nicolás Maduro venceu as eleições presidenciais na Venezuela, levando diversos governos a denunciar uma "farsa eleitoral" Foto: AFP PHOTO / Juan BARRETO

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Há uma semana, o Estado antecipou a informação, apontando que o bloco europeu apenas estava aguardando para ver a reação de Caracas diante da nova reeleição de Maduro para tomar uma decisão sobre as sanções.

Por enquanto, a UE não explicou quais serão as medidas e nem contra quem elas serão adotadas. Mas Bruxelas indicou que serão "restritivas e reversíveis", dependendo do comportamento do governo venezuelano.

"A UE quer agir rapidamente, com vistas a impor novas medidas restritivas, concebidas de forma a não minar a população venezuelana", indicou o bloco em comunicado. O motivo central da nova onda de sanções é o fato de os europeus considerarem "irregular" as eleições realizadas há uma semana em Caracas.

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"As eleições na Venezuela não foram livres, justas ou transparentes", indicou o secretário alemão para a Europa, Michael Roth. "Vamos continuar a discutir a inclusão de outras pessoas no programa de sanção para que essas medidas possam ser formalmente adotadas em junho", explicou.

Para a Europa, uma nova eleição precisa ser convocada na Venezuela, pedido que já havia sido feito na semana passada pelo G-7.

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O bloco ainda se diz "profundamente preocupado pelas necessidades humanitárias urgentes da população, incluindo os muitos cidadãos europeus que vivem no país".

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"Os últimos acontecimentos na Venezuela afastaram o país ainda mais de uma solução constitucional negociada que pudesse garantir o respeito pela democracia, estado de direito e direitos humanos", alertou a UE.

Para a UE, as condições nas quais ocorreram as eleições não permitiram que a oposição pudesse competir em igualdade de condições. De acordo com Bruxelas, a UE não pode enviar observadores e, portanto, pede que uma nova votação seja realizada.

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Ao contrário do que tem feito o governo dos EUA, Bruxelas tem evitado atacar o setor de petróleo, temendo levar o país sul-americano a um caos ainda maior. As primeiras sanções contra a Venezuela por parte dos europeus foram adotadas em novembro do ano passado, com a suspensão da venda de armas.

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No começo de 2018, sete funcionários de alto escalão do regime chavista passaram a ser alvo de sanções, incluindo o confisco de bens pela Europa. Agora, o objetivo é ampliar essa lista e atingir também parentes de líderes, que poderiam servir de "laranjas" para os recursos desses dirigentes.

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