25 de junho de 2012 | 13h40
"A UE está seriamente preocupada com os recentes desdobramentos, em particular a dissolução do Parlamento e a Declaração Constitucional pelo Conselho Supremo das Forças Armadas de 17 de junho, que atrasam e dificultam a transição e entrega total para o governo civil", disseram os ministros em uma declaração, emitida durante uma reunião ordinária em Luxemburgo.
O islâmico Mohamed Morsy tornou-se o primeiro presidente do Egito livremente eleito no domingo e começou a trabalhar nesta segunda-feira para formar um governo de coalizão.
Sua promessa de campanha para concluir a revolução que derrubou Hosni Mubarak no ano passado contraria os interesses dos generais que estiveram encarregados da transição para a democracia.
Antes da votação presidencial, o recém-eleito Parlamento liderado por islâmicos foi dissolvido pelo Exército com base em uma ordem judicial e os generais emitiram um decreto colocando limites à competência do presidente.
Altos funcionários da Irmandade Muçulmana de Morsy disseram que havia mantido conversações com o Exército na semana passada sobre um compromisso que permitisse a continuidade do processo de construção de uma democracia constitucional.
O futuro do Egito é importante para a União Europeia, que vê o desenvolvimento dos países da Primavera Árabe como uma oportunidade econômica, mas também teme a possibilidade de governos anti-europeus do outro lado do Mediterrâneo.
No ano passado, o bloco introduziu uma política "mais por mais" sob a qual liga à ajuda econômica ao progresso em matéria de direitos civis e democracia.
A União Europeia "reitera a disponibilidade da UE para prestar assistência, em estreita parceria com as novas autoridades democráticas do Egito, em coordenação com a comunidade internacional", disseram os ministros em sua declaração.
"Neste contexto, a UE sublinha a importância para o Egito de se engajar nas reformas sociais e econômicas necessárias, para permitir o uso eficaz da assistência internacional disponível e melhorar o ambiente de negócios", disseram eles.
A UE pediu por "um processo inclusivo e transparente de elaboração da nova Constituição do Egito", que disse que deveria garantir os direitos humanos e liberdades fundamentais para todos, e salvaguardar a separação democrática dos poderes legislativo, executivo e judicial.
(Reportagem de Sebastian Moffett)
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