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Ultimato gera revolta e indignação entre muçulmanos

Por Agencia Estado
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O sentimento antiamericano também chegou ao Catar, a poucos quilômetros da casamata no deserto onde o general americano Tommy Franks se prepara para comandar uma guerra contra o Iraque. Um líder religioso local, Yusuf al Qaradawi, incitou hoje uma "jihad econômica" contra os Estados Unidos, exortando seus seguidores a boicotarem produtos americanos e israelenses. "Os Estados Unidos são os maiores prepotentes e o faraó dos tempos modernos", afirmou. As declarações antiamericanas de al Qaradawi, repetidas por fiéis na mesquita de Omar al Khattab, são a outra face de um país que ofereceu ao Pentágono seu território para um ataque ao Iraque. Na Indonésia - a mais populosa nação islâmica do mundo -, muçulmanos advertiram hoje que uma guerra no Iraque poderá provocar mais ataques terroristas em todo o mundo, e protestaram contra o ultimato dado pelos EUA ao líder iraquiano Saddam Hussein. "Não culpem os muçulmanos se a iminente guerra no Iraque der à luz milhares de novos Osamas bin Ladens", disse Habib Rizieq Shihab, da Frente dos Defensores Islâmicos. "Um ataque contra o Iraque é um ataque contra os muçulmanos", afirmou Rizieq a seguidores na frente da mesquita central de Jacarta. Dezenas de partidários com robes brancos ergueram seus punhos no ar e gritaram "Deus é Grande!" A frente, formada há três anos, é conhecida por invadir bares, salões de bilhar e boates, que para eles ofendem o Islã. Ela foi oficialmente desarticulada no ano passado, mas seus membros prometeram protestar contra qualquer ataque dos EUA ao Iraque. Além disso, dezenas de manifestantes promoveram um protesto pacífico na frente do prédio das Nações Unidas e da Embaixada dos EUA em Jacarta. Filipinas Tropas de choque dispersaram com cassetetes e jatos d?água manifestantes antiguerra na frente da Embaixada dos Estados Unidos, em Manila, capital das Filipinas. Pelo menos 11 pessoas ficaram feridas e dois ativistas foram detidos. Grupos esquerdistas e católicos que se opõem a um ataque liderado pelos EUA contra o Iraque têm promovido manifestações quase diárias nas últimas semanas nas Filipinas, um decidido aliado de Washington na guerra contra o terrorismo. Apesar do pequeno número de participantes, os protestos têm se tornado cada vez mais agressivos. Num primeiro confronto hoje, cerca de duas dúzias de ativistas carregando um cartaz onde se lia "Não à Guerra dos EUA no Iraque" conseguiram passar por trás de barricadas de concreto e se aproximar dos portões da Embaixada. "A guerra que Bush irá lançar contra o Iraque não é justificada porque sua única intenção é claramente controlar o petróleo", afirmou um manifestante, que se identificou como Tom. A polícia confiscou o cartaz dos ativistas no momento em que 100 outros pacifistas se aproximavam da Embaixada. A tensão cresceu quando o grupo queimou um retrato do presidente dos EUA, George W. Bush, com a inscrição "assassino", e cruzaram a rua em direção à embaixada. A polícia então os fez recuar com cassetetes e jatos d´água. Outros grupos pacifistas planejavam promover uma vigília na frente da Embaixada.

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