Último testamento de Pinochet altera apenas oficiais

Bens do ex-ditador foram embargados pela Justiça; só US$ 2 dos seus US$ 26 milhões têm justificativa

PUBLICIDADE

Por Efe
Atualização:

SANTIAGO - O ditador chileno Augusto Pinochet, morto em 2006, elaborou um ano antes seu último testamento, que ao ser aberto nesta quarta-feira, 25, em um Tribunal Civil de Santiago revelou apenas uma mudança de testamenteiros.

PUBLICIDADE

Veja também:link Marcha estudantil no Chile reúne mais de 80 mil pessoaslink Justiça chilena ordena abertura do testamento de Augusto PinochetAssim afirmou aos jornalistas o advogado Álvaro Quintanilla, do Conselho de Defesa do Estado (CDE), organismo que é autor no julgamento relativo à origem da fortuna do ditador (no poder entre 1973-1990).

O documento modifica um testamento anterior elaborado por Pinochet em 2000, mas mudou apenas o testamenteiros, Oscar Aitken, que renunciou da função, por Julia Hormazábal, informou o advogado do CDE, organismo que tinha solicitado a abertura do documento para conhecer exatamente os bens do ditador.

Os bens, entre os quais figuram imóveis e veículos, estão atualmente embargados pela Justiça, assim como US$ 2,6 milhões depositados no Banco do Chile e outros documentos de um banco americano.

Quintanilla disse que o CDE pedirá agora a abertura do testamento original e lembrou que ao morrer, em 10 de dezembro de 2006, Pinochet tinha dívidas com o Estado, e legalmente elas passaram a seus herdeiros.

As propriedades de Pinochet incluem casas no bairro de Lo Barnechea, em Santiago, um lote na localidade litorânea de Quintero, uma casa nos arredores de Santiago, o sítio "Los Boldos", onde estão depositadas suas cinzas e apartamentos em Reñaca, Iquique, Valparaíso e Santiago, além de três automóveis.

A investigação judicial determinou que a fortuna de Pinochet supera US$ 26 milhões, dos quais apenas US$ 2 milhões têm uma justificativa contábil.

Publicidade

Pinochet foi processado por fraude fiscal, uso de passaportes falsos e desvio de fundos públicos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.