28 de maio de 2018 | 20h03
PARIS - A líder da extrema direita francesa, Marine Le Pen, denunciou nesta segunda-feira, 28, o que considerou “um golpe de Estado” da União Europeia (UE) na Itália, onde o presidente Sergio Mattarella escolheu Carlo Cottarelli, que encarna a austeridade orçamentária, para dirigir o país rumo a novas eleições.
“A União Europeia e os mercados financeiros voltam a confiscar a democracia. O que acontece na Itália é um golpe de Estado, um roubo do povo italiano por instituições ilegítimas. Diante dessa negação da democracia, a raiva dos povos cresce em toda Europa!”, escreveu no Twitter a presidente da Frente Nacional (FN).
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O presidente “Mattarella está dando um golpe de Estado institucional, enquanto deveria ser o garantidor das instituições, estar a serviço da Constituição italiana, mas hoje está a serviço da União Europeia e da Comissão Europeia”, declarou o vice-presidente da FN, Nicolas Bay, ao canal de televisão francês France 2.
“O que aconteceu é repugnante, a Itália está vivendo um momento histórico, porque o povo queria recuperar o país, mas perdeu sua soberania”, reagiu o ultraconservador Steve Bannon, ex-conselheiro da Casa Branca de Donald Trump, durante um debate no centro de Estudos Americanos em Roma.
Nas próximas eleições, o chefe do partido de extrema direita Liga, Matteo Salvini, se apresentará como “o defensor da democracia contra o ‘establishment’ profundo”, estima Yanis Varoufakis, ex-ministro grego das Finanças.
Para a professora de Direito Europeu na Universidade de Lille, a decisão de Mattarella poderá estimular o ressentimento dos eleitores e, apesar de ser legalmente consistente, “o argumento da negação da democracia é o que saltará aos olhos”, disse à France Presse. / AFP
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