Ultradireita governará a Suíça

Vencedor da eleição de ontem, SVP defende expulsão de estrangeiros e rejeita adesão à UE

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Por Jamil Chade e GENEBRA
Atualização:

Com propostas para expulsar estrangeiros e abolir véus os para as meninas muçulmanas nas escolas, o partido de ultradireita da Suíça venceu as eleições gerais no país, consolidando-se como a maior agremiação nacional. A vitória de ontem do Partido do Povo Suíço (SVP) abre espaço para a adoção das leis mais duras contra imigrantes em toda a Europa. O SVP, que obteve o melhor desempenho de um partido nos últimos cem anos, pede ainda o fim das iniciativas de adesão da Suíça à União Européia (UE). O SVP, tendo o bilionário e atual ministro da Justiça, Christoph Blocher, como principal cabo eleitoral, obteve 29 % dos votos, conquistando 62 das 200 cadeiras no Parlamento, seis a mais do que tinha. O Partido Socialista ficou com 19,1% dos votos, perdendo nove cadeiras. Pelo sistema suíço, o gabinete do Conselho Federal (o Executivo) tem sete lugares e sua formação reflete a composição do Parlamento. O SVP terá dois desses assentos. Cada conselheiro presidirá o país por um ano. Outra lei a ser defendida pelo SVP trata da expulsão de estrangeiros que cometerem crimes, junto com sua família. A concessão de nacionalidade a imigrantes também passará a ter controle mais rígido. "A propaganda do SVP lembra os métodos nazistas nos anos 30", afirmou ao Estado Maria Bernasconi, vice-presidente dos socialistas. O vice-presidente do SVP, Yvan Perrin, garante que seu partido não é contra a imigração: "Imigrantes como os brasileiros nada têm a temer. Somos tolerantes com quem quer trabalhar. O problema é que 70% de nossas prisões são ocupadas por estrangeiros."

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