Ultradireitistas abandonam governo Sharon

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Por Agencia Estado
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A coalizão ultradireitista União Nacional-Israel Betenu anunciou neste domingo que vai abandonar o governo de unidade nacional israelense por causa da decisão do primeiro-ministro Ariel Sharon de "renunciar" à exigência da agremiação de só retomar as negociações com os palestinos depois de "sete dias de calma". A medida foi adotada pela bancada de sete deputados do grupo ultradireitista, que controla dois ministérios - Infra-estrutura e Turismo. "Não queremos fazer parte de uma coalizão derrotista", informou a coalizão em comunicado oficial. "Devido à decisão do primeiro-ministro Ariel Sharon de renunciar ao princípio de que não negocia sob fogo, a bancada (da coalizão) aprovou, em reunião de emergência, sua retirada do governo de união nacional." O primeiro-ministro mudou de opinião depois de ter sido informado pelos Estados Unidos de que enviariam novamente à região seu negociador, o general Anthony Zinni. O enviado norte-americano está sendo aguardado esta semana em Israel. A coalizão ultradireitista é formada pelos partidos Israel Benetu (Israel é nossa casa), dos imigrantes russos, Tkuma (Renascimento) e Moledet (Pátria). O líder deste último grupo, o ex-ministro do Turismo Rehavam Zeevi, foi assassinado por membros da Frente Popular de Libertação da Palestina em outubro do ano passado. A frente ultradireitista defende o "total desmantelamento" da Autoridade Nacional Palestina e a expulsão de seu líder do território. Embora retirando-se do governo de unidade nacional, os ultradireitistas deixaram claro que apoiarão, no Parlamento, qualquer iniciativa de Sharon destinada a "erradicar o terrorismo palestino e a obter esmagadora vitória sobre a Autoridade Nacional Palestina". Árabes Os países árabes advertiram neste domingo que a oferta da Arábia Saudita será a última chance, dada por eles a Israel, para se obter um acordo de paz no Oriente Médio. A advertência foi feita pelos 22 membros do Conselho Ministerial da Liga Árabe, que encerrou reunião no Cairo, destinada a preparar a Cúpula Árabe, marcada para o fim do mês em Beirute, no Líbano. Depois de reunir-se com o presidente egípcio, Hosni Mubarak, o ministro do Exterior da Arábia Saudita, Saud al-Faisal, vinculou uma "paz total" de todos os países árabes com Israel à criação de um Estado palestino independente, com Jerusalém Oriental como sua capital. Al-Faisal é a mais alta autoridade saudita a detalhar uma proposta do príncipe herdeiro Abdullah que apareceu pela primeira vez ao público no mês passado no jornal norte-american New York Times. A proposta deve ser apresentada formalmente na cúpula árabe no Líbano.

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