PARIS - Em tempos de coronavírus, um levantamento do Instituto Francês de Opinião Pública (Ifop), publicado ontem no jornal Le Parisien, dá indícios preocupantes sobre a higiene pessoal (ou a falta dela) dos franceses . Segundo a pesquisa, um em cada quatro franceses não toma banho diariamente. Outros dados levantados indicam que os franceses também pontuam um “baixo respeito às normas sanitárias”.
Apenas 76% afirmaram tomar um banho completo, ou seja, lavando todas as partes do corpo todos os dias, como revela o Ifop.
A pesquisa mostra ainda que as mulheres são mais adeptas dos banhos do que os homens. Enquanto 81% delas afirmaram se banharem diariamente, apenas 71% deles mantêm o mesmo hábito diário.
O porcentual entre os homens diminui ainda mais quando se trata de desempregados (60%), moradores de zonas rurais (59%) e idosos com mais de 65 anos (57%).
Hábitos saudáveis
Além disso, somente um quarto (25%) dos entrevistados afirmou lavar as mãos depois de assoar o nariz, o que demonstra, de acordo com a pesquisa, “o desconhecimento das normas sanitárias básicas, apesar das numerosas campanhas de saúde pública diante de riscos de doenças virais atuais”, como o coronavírus.
Ainda em relação ao hábito de lavar as mãos, apenas 71% declararam fazer essa prática ao sair do banheiro e 37% ao deixar o transporte público. A falta de higiene remonta aos tempos áureos do Palácio de Versalhes. Até o século XIX, não havia banheiros internos e os jardins serviam de depósitos sanitários. As roupas de cama e até as pessoais raramente eram trocadas. Uma pessoa considerada limpa era aquela que lavava as mãos e o rosto.
O mais famoso francês conhecido pela falta de asseio foi Luís XIV, o Rei Sol, que teve inúmeras doenças relacionadas à sujeira. O monarca se utilizava de truques para disfarçar os fortes odores, como perfumes pelo corpo e pastilhas de anis para amenizar o mau hálito. / AFP