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Um terço dos funcionários da ONU sofreu assédio sexual, diz pesquisa

Entre abusadores, dois em cada três eram homens e um em cada quatro eram supervisores ou gerentes; secretário-geral António Guterres afirma que resultados são 'alarmantes'

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Por Redação
Atualização:

NAÇÕES UNIDAS, Estados Unidos - Um terço dos empregados da Organização das Nações Unidas reportou ter sofrido pelo menos um caso de assédio sexual no serviço nos últimos dois anos, segundo primeira pesquisa feita sobre o tema publicada na terça, 15.

Sede da ONU, em Nova York Foto: REUTERS/Mike Segar

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O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse aos funcionários que os resultados do estudo apresentavam "algumas estatísticas alarmantes e evidências de que se precisa mudar" para melhorar o ambiente de trabalho na organização.

Cerca de 33% dos funcionários entrevistados em novembro pela Deloitte afirmaram ter sofrido algum caso de assédio sexual nos últimos dois anos. O número sobe para 38,7% quando a pergunta engloba todo o período de trabalho nas Nações Unidas. O tipo mais comum de assédio relatadas foram histórias e piadas sexuais ofensivas, comentários negativos sobre a aparência, corpo e atividades sexuais dos funcionários.

Alguns servidores também disseram ter sido submetidos a gestos ofensivos, toques inapropriados e tentativas indesejadas de fazê-los discutir assuntos sexuais em ambiente de trabalho.

Dois em cada três abusadores eram homens e um entre quatro eram supervisores ou gerentes. Quase um em cada 10 estavam em posições de maiores responsabilidades na organização. 

Ao todo, 30.364 empregados preencheram o questionário da Deloitte. O número, no entanto, é considerado relativamente baixo, pois representa apenas 17% dos funcionários da organização. 

Em carta aos funcionários, Guterres afirmou que os resultados são comparáveis a de outras organizações, mas que as Nações Unidas, devido ao seu dever pela liberdade, dignidade e direitos humanos, deve estabelecer um alto padrão. O secretário-geral diz ser comprometido com uma política de tolerância zero com assédio sexual.

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No ano passado, a ONU abriu uma linha telefônica 24 horas para receber denúncias internas de assédio sexual, deslocando investigadores para apurar todas as queixas recebidas. /AFP

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