Um milagre no pacífico

Três garotos são resgatados após 50 dias à deriva, sem comida e bebendo água da chuva

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Por EFE E AP
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SYDNEYTrês adolescentes da Nova Zelândia foram resgatados após 50 dias em um bote à deriva e sem comida no Oceano Pacífico. Samu Perez e Filo Filo, de 15 anos, e Edward Nasau, de 14, sobreviveram comendo apenas uma gaivota e bebendo água da chuva. Os jovens desapareceram em 5 de outubro, quando navegavam pelo arquipélago neozelandês de Tokelau com um barco de alumínio. Os três estavam desidratados, com queimaduras de sol e famintos quando foram resgatados, na quarta-feira, por um barco de pesca que os avistou ao nordeste de Fiji, a 1.300 quilômetros de onde haviam desaparecido. Autoridades haviam encerrado as buscas no dia 11 de outubro e os garotos foram considerados mortos. Parentes realizaram uma missa e 500 pessoas participaram da homenagem. A previsão é a de que a embarcação chegue hoje em Suva, capital de Fiji, onde os jovens serão submetidos a exames antes de retornarem a Atafu, ilha de 1.500 habitantes que faz parte do arquipélago de Tokelau. Os adolescentes tinham água, mas só conseguiram comer apenas uma gaivota crua que capturaram. Eles acenaram desesperadamente quando viram o barco de pesca. "Eles contaram que beberam água do mar nos últimos dois dias, já que não havia chovido. Poderia ter sido desastroso para os rapazes", contou Tai Fredricsen, líder da tripulação do pesqueiro. Segundo ele, os garotos mantinham um razoável estado de espírito, apesar do tempo em que estiveram em alto-mar. "Tinham queimaduras sérias de sol, mas só precisaram receber os primeiros socorros, sobretudo cremes para aliviar a pele", disse.De acordo com Fredricsen, o barco não costuma passar pelo local do resgate, mas decidiu encurtar o trajeto até a Nova Zelândia. Ainda na embarcação, eles foram hidratados e consumiram pequenas quantidades de frutas.A tia de Perez disse à BBC que os meninos, provavelmente, tentavam chegar à Austrália ou aos EUA de barco. Tanu Filo, pai de um dos garotos, contou que a notícia do resgate foi dada pela avó, que recebeu o telefonema do jovem ainda no pesqueiro. "É um milagre. Todo o vilarejo está muito ansioso. Todos choraram, cantaram músicas e se abraçaram depois que soubemos da notícia", disse o pai a uma rádio neozelandesa.

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