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Um milhão de demitidos nos EUA em 2001

Por Agencia Estado
Atualização:

As companhias americanas, lideradas pela Motorola Inc. e a Boeing Co., demitiram cerca de um milhão de pessoas em 2001, mostrando o colapso da economia americana e a maior redução de vagas no país nos últimos doze anos. Os maiores desde 1989. A crise nos negócios de Internet e telecomunicações no último ano levou a dezenas de milhares de cortes na Motorola, JDS Uniphase (líder no mercado de fibras ópticas), Lucent Technologies e Solectron. Tanto que a Motorola, a segunda maior fabricante mundial de telefones celulares, liderou a lista de empresas que mais cortaram pessoal neste ano, com 42.900 demitidos. Os atentados de 11 de setembro aceleraram as demissões no setor de aviação. Foram anunciados mais cortes entre 11 de setembro e o fim de novembro do que em todo o período entre 1993 e 1997. Logo depois dos ataques terroristas, a Boeing - maior fabricante mundial de aviões - anunciou planos para cortar 30 mil empregos, enquanto a American Airlines, do grupo AMR Corp., e a United Airlines, da UAL Corp., pretendem eliminar 20 mil vagas cada uma. Tabu - De acordo com o Departamento de Emprego, os EUA perderam 468 mil vagas em outubro. Em novembro foram 331 mil. Os piores resultados nos dois meses desde 1980. Era a semana antes do Natal quando a FleetBoston - holding do BankBoston - anunciou que demitiria 700 trabalhadores. Um dia antes, a Motorola divulgara um corte de 9.400 numa reestruturação similar. Se você pensa que era um tabu demitir durante a temporada de festas de fim de ano, você não tem lido as páginas de finanças ultimamente. "Isto definitivamente ´era´ um tabu, mas não é mais", disse Thomas Kochan, um professor do Instituto de Pesquisas de Trabalho e Emprego da Sloan, a escola de negócios do Massachussets Institute of Technology (MIT, da sigla em inglês). Em entrevista ao jornal The Boston Globe, Kochan não se surpreendeu com a redução na força de trabalho tornar-se comum também na temporada de festas. Ele acha que isso é resultado de uma tendência inevitável e crescente: as demissões são como uma mensagem à Wall Street.

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