Uma em cada três crianças da Nigéria não tem água suficiente para necessidades básicas, diz Unicef

Organização aponta ainda que 86% dos nigerianos não tem acesso a uma fonte de água de qualidade; consequências na educação e saúde são significativas

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Por Redação
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ABUJA, Nigéria - Uma em cada três crianças não tem água suficiente para satisfazer suas necessidades diárias na Nigéria, país mais populoso da África, alertou o Fundo das Nações Unidas Para a Infância (Unicef) nesta segunda-feira, 22. O levantamento foi divulgado em um comunicado que marca também o Dia Mundial da Água.

"Mais de 1,42 bilhão de pessoas em todo o mundo, incluindo 450 milhões de crianças, vivem em áreas em que o acesso a água é um problema importante ou de primeira ordem", segundo os últimos dados coletados pela Unicef.

Criança esconde o rosto atrás de coluna em tenda no campo de deslocados de Maiduguri, na Nigéria. Foto: EFE/EPA/AKINTUNDE AKINLEYE

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Esses números "são especialmente preocupantes" na Nigéria, onde 26,5 milhões de crianças - 29% das crianças do país - não têm acesso suficiente a água para cobrir suas necessidades diárias.

Além disso, 86% dos nigerianos não tem acesso a uma fonte de água de qualidade. As consequências na educação e saúde das crianças são significativas.

"Quando os poços secam, as crianças faltam a escola para ir buscar água. Quando as secas reduzem o fornecimento de alimentos, as crianças sofrem desnutrição e atraso no crescimento", disse Peter Hawkins, representante da Unicef na Nigéria.

Mulheres sentam ao lado de galões de água secos em campo de deslocados de Maiduguri, no nordeste da Nigéria. Foto: EFE/EPA/AKINTUNDE AKINLEYE

"Quando há inundações, as crianças são vítimas de doenças transmitidas pela água. E quando não tem água, as crianças não podem lavar as mãos e se proteger das doenças", continua.

"A crise mundial da água não está a caminho: já está aqui, e as crianças são as primeiras vítimas", alertou Hawkins.

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No Afeganistão, Etiópia, Paquistão e Sudão, entre outros, o acesso das crianças a água também é muito preocupante, de acordo com o comunicado./ AFP