PUBLICIDADE

Uma fotografia feita por acaso

O italiano Gabriele Sciotto errou o caminho de casa

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:
O jornalista italiano Gabriele Sciotto consegue fazer uma imagem que mostra dois terroristas mortos. Um deles parece vestir uma calça militar, com latas amarradas à cintura. Foto: Gabriele Sciotto / AFP

LONDRES - A fotografia era definitiva. Os policiais apontam as armas para dois sujeitos caídos no asfalto. Um tem sangue nos braços. O outro usa um colete com explosivos – que mais tarde a polícia britânica diria que era falso. Port trás da imagem está o italiano Gabriele Sciotto, que chegou ao local por acaso. 

PUBLICIDADE

Sciotto é fotógrafo, documentarista e torcedor da Juventus de Turim, que horas antes havia perdido a final da Liga dos Campeões para o Real Madrid, em Cardiff. Os pubs de Londres estavam lotados de torcedores dos dois times. Um deles, Sciotto.

Quando saía de um bar, ele errou o caminho de casa e deu de cara com uma multidão vindo na sua direção. Muitos gritavam para que ele fugisse. Sciotto contou ao jornal Guardian que seu instinto de fotógrafo imediatamente fez com que ele corresse contra o fluxo, na direção dos terroristas. 

“Estava escuro, mas consegui ver três homens”, disse. “Estavam a cerca de 20 metros de mim. Havia muita confusão, levei alguns segundos para perceber o que estava acontecendo. Havia um policial dentro do Mercado de Borough. Ele tentava afastá-los e eles correram na minha direção.”

Coragem.

Segundo Sciotto, os terroristas se preparavam para entrar em um bar quando outros policiais armados chegaram ao local e começaram a berrar. “Apareceram muitos policiais vindos de todas as direções. Ouvi muitos gritos: ‘Parem, deitem-se no chão’! Os agressores não tinham ideia do que estavam fazendo. A polícia também pareceu muito assustada.”

Foi então que o fotógrafo italiano, de 25 anos, disparou sua câmera e tirou a fotografia em que aparecem os dois homens com os cintos de explosivos falsos. Em declarações à BBC, Sciotto conta que o terceiro homem também tinha um cinto de explosivos, mas que, depois de determinado tempo, ficou evidente que eles “não eram reais”. Por isso, segundo o fotógrafo, ele não ficou tão assustado.

Publicidade

“Não dava para dizer quem estava morto ou vivo. Fico muito feliz de eu ter escapado com vida”, disse Sciotto, que imediatamente após o atentado postou sua imagem no Instagram e a agência Associated Press distribuiu a imagem para o mundo. / AP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.