Uma guerra que o 'Estado' seguiu de perto

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Um dos grandes responsáveis pela derrota infligida à maior superpotência militar do mundo, o general vietnamita Vo Nguyen Giap foi destaque nas páginas do Estado na edição de 16 de setembro de 1990. O texto trazia uma entrevista produzida por Stanley Karnow, de The New York Times Magazine, que ressaltava a estratégia de Giap para superar os americanos."A intenção vietnamita, segundo ele, era fazer com que o governo americano perdesse a vontade de continuar com a guerra", narrou o repórter americano, que entrevistou Giap no palácio do antigo governo colonial francês, em Hanói.A Ofensiva do Tet - um dos capítulos fundamentais da Guerra do Vietnã -, liderada por Giap em 1968, foi relatada em diversas reportagens do Estado. Em 31 de janeiro daquele ano, o artigo "De um dia para o outro" narra o ataque inesperado dos norte-vietnamitas aos americanos e sul-vietnamitas na região central do Vietnã, "por trás das principais linhas de defesa e comunicação dos aliados". Os EUA esperavam um ataque na região desmilitarizada, em Khe Sanh, onde há dias se via concentração de norte-vietnamitas, segundo o texto. O general é mencionado como "especialista em tática de guerrilha, que bateu os franceses em Dien Bien Phu". Em 26 de janeiro, a reportagem "Aviação dos EUA garante infantaria em Khe Sanh" já trazia indícios de que Giap seria o responsável direto por dirigir os ataques na região, que se intensificaram após os norte-vietnamitas derrubarem três caças e dois helicópteros dos aliados. O mês de fevereiro de 1968 foi o mais intenso nas citações ao general. O texto "Esta é, enfim, a grande batalha", do dia 11, destacou que Giap foi "um dos melhores comandantes táticos de sua geração", pois era capaz de "movimentar as tropas mais depressa do que seria de se esperar". Manchete do dia 18 trazia o título "O Vietcong desfecha nova ofensiva no Vietnã do Sul" e mostrava a divisão dos norte-vietnamitas entre "falcões", os partidários da intensificação da guerra - no qual Giap estava inserido - e as "pombas", que queriam negociar a paz.

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