Uma Pequim subterrânea de 90 milhões de metros quadrados

Espaço subterrâneo já contabiliza 10% da área total que a cidade ganha a cada ano

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A Prefeitura de Pequim começou a explorar o espaço subterrâneo da capital chinesa com o objetivo de criar uma "cidade subterrânea" de 90 milhões de metros quadrados para 2020, informou neste domingo a agência estatal de notícias "Xinhua". A iniciativa procura facilitar a gestão de problemas como os engarrafamentos de trânsito, as disputas pelo uso das terras no centro da cidade e a contaminação meio ambiental. Pequim escolheu 17 áreas, incluindo o tradicional distrito comercial de Wangfujing e o florescente Central Business District (CBD), para desenvolver espaços subterrâneos, segundo informou o Instituto Municipal de Planejamento e Desenho Urbano (IMPD). O instituto prevê para 2020 a construção de uma "cidade subterrânea" que suporia um espaço sob terra de cinco metros quadrados per capita. Até o momento, Pequim desenvolveu 30 milhões de metros quadrados de área subterrânea, declarou Shi Xiaodong, assessor do IMPD no projeto. O espaço subterrâneo da capital chinesa cresceu três milhões de metros quadrados ao ano, e contabiliza 10% da área total que cada ano a cidade ganha, indicou Shi. Cerca de 30% da área subterrânea se destina a estacionamentos, outros 30% se integram na rede de estradas, e os 40% restantes são utilizados com fins comerciais e culturais. A nova "Pequim subterrânea" se uniria à idealizada em 1969 por Mao tsé-tung, fundador da China moderna, e que contava com uma rede de túneis subterrâneos que permitiria que 250 mil pessoas se protegessem em caso de agressão exterior. Este labirinto de túneis perdeu todo o seu valor como refúgio antiaéreo e se transformou em uma mera atração turística, o que levou as autoridades municipais a planejarem a construção de mil refúgios de emergência para proteger sua população em caso de ataque nuclear ou desastre natural.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.