QUITO - A Secretaria-Geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) anunciou na noite de terça-feira, 21, a suspensão de uma reunião de chanceleres para tratar a crise na Venezuela, prevista para a quinta-feira em Quito, já que alguns países da região solicitaram seu adiamento.
A secretaria da Unasul, no entanto, manteve o convite para que uma missão de ex-premiê e ex-presidentes (José Luis Zapatero, da Espanha; Leonel Fernández, da República Dominicana; e Martín Torrijos, do Panamá) compareça a sua sede em Quito para analisar novas ações que permitam impulsionar o diálogo político na Venezuela.
O secretário-geral da Unasul, o ex-presidente colombiano Ernesto Samper, afirmou em comunicado que a presidência temporária do organismo, atualmente com o governo de Caracas, aceitou a suspensão da reunião. No texto, Samper assegurou que, "em prol de preservar a unidade regional, pediu à presidência temporária da Unasul a suspensão de dita reunião, solicitação que foi aceita".
Isso "após realizar consultas com diferentes países e atendendo à solicitação de alguns deles para que se adie a reunião de chanceleres convocada para conhecer as gestões da comissão de ex-presidentes que promovem o diálogo na Venezuela", acrescentou Samper, sem dar mais detalhes.
Além disso, ressaltou que, "dado o interesse e a atualidade dos esforços que vem realizando a comissão em nome de Unasul para explorar e definir os caminhos conducentes a um diálogo entre o governo e a oposição" na Venezuela, "mantém o convite aos ex-mandatários" para comparecer na quinta-feira a Quito.
No entanto, ainda na noite de terça, o vice-chanceler do Paraguai, Oscar Cabello Sarubbi, pediu o adiamento da reunião desta quinta-feira sobre a Venezuela em Quito, porque para essa data já estava prevista uma sessão sobre o mesmo tema na Organização dos Estados Americanos (OEA).
"Precisamos da colaboração de todos. Não podemos privilegiar o acionamento de uns (organismos regionais) e desacreditar o de outros por coincidências ou dissidências ideológicas", afirmou o vice-chanceler paraguaio na OEA em alusão à preferência da Venezuela de que seja a Unasul que aborde sua situação política e social.
No sábado, a Secretaria-Geral da Unasul tinha anunciado a reunião de seu conselho de chanceleres em Quito, na quinta-feira, para "avaliar" a situação em torno do diálogo e "a fim de encontrar as melhores soluções para que os venezuelanos resolvam suas diferenças".
A oposição na Venezuela tenta convocar um referendo para revogar o mandato presidente Nicolás Maduro ainda este ano. / EFE