União Europeia avalia doar 5% de suas vacinas contra a covid a países pobres, diz documento

Plano esboçado pelo governo da França estabelece pela primeira vez uma meta clara, mas pode prejudicar mecanismo liderado pela OMS

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Por Redação
Atualização:

BRUXELAS - A União Europeia pode doar para nações mais pobres 5% das vacinas contra covid-19 que adquirir, mostrou um documento interno do bloco visto pela agência Reuters.

O plano, esboçado pelo governo da França, estabelece pela primeira vez uma meta clara para doações – até então, o repasse só seria uma opção em caso de sobra de doses.

A União Europeia pode doar 5% das vacinas contra Covid-19 que tiver garantido para nações mais pobres, mostrou um documento interno do bloco Foto: Pat Lachance/Quebec Ministry of Health and Social Services via REUTERS

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Pelo plano francês, que ainda precisa do aval dos 27 países da UE, até 65 milhões de doses de vacinas contra covid-19 poderiam ser doadas pelo bloco. O número representaria 5% das 1,3 bilhão de doses que a UE já assegurou até o momento sob seis acordos avançados de compras firmados com Pfizer/BioNTech, Moderna, Johnson & Johnson, AstraZeneca/Oxford, Sanofi/GSK e CureVac, mostra o documento.

A medida, no entanto,  pode prejudicar o Covax, mecanismo de distribuição de imunizantes co-liderado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que tem a meta de entregar 2 bilhões de doses até o final do ano que vem para pelo menos 20% da população mundial.

Embora o plano proponha utilizar o mecanismo para identificar países que mais precisam de ajuda, as vacinas seriam diretamente entregues pelos fabricantes que têm um acordo de fornecimento com a UE – uma forma de diminuir custos operacionais. 

O documento estima que as doses doadas podem ser usadas na vacinação, geralmente em duas doses, de 16 milhões de profissionais de saúde em 62 países pobres. Trabalhadores médicos e de enfermagem em outros 54 países de baixa renda também podem se beneficiar da doação.

Até agora o Covax tem tido dificuldade de encomendar doses, já que a maioria já foi reservada por países ricos, incluindo os da UE que, apesar de financiarem o mecanismo da OMS, preferiram não comprar vacinas por meio dele porque não quiseram ter seu fornecimento limitado a 20% da população, disseram autoridades do bloco à agência Reuters. /REUTERS

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