
18 de janeiro de 2012 | 10h36
BRUXELAS - Os ministros de Relações Exteriores da União Europeia vão impor novas sanções contra a Síria na semana que vem. De acordo com fontes diplomáticas, as sanções serão impostas durante a reunião de ministros de Relações Exteriores que ocorrerá na próxima segunda-feira, 23, em Bruxelas, na Bélgica.
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Atualmente, fazem parte da lista de sanções contra o governo de Bashar al-Assad 120 pessoas e empresas, incluindo companhias da área de petróleo e meios de comunicação. Com as novas sanções, serão incorporadas 22 pessoas e oito empresas na lista.
Veto russo a intervenções
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou nesta quarta-feira, 18, que seu país vai se opor a qualquer resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que pretenda aprovar uma intervenção militar na Síria.
"Se alguém tiver a intenção de usar a força a qualquer preço - ouvi pedidos para o envio de tropas árabes à Síria - dificilmente poderemos impedir, mas não receberá nenhuma ordem do Conselho de Segurança", disse Lavrov em entrevista coletiva.
O ministro russo indicou que os estados ocidentais tentam excluir do projeto de resolução sobre a Síria apresentado pela Rússia ao Conselho de Segurança o item que estabelece que nenhum ponto do documento pode ser interpretado como pretexto para uma intervenção militar nesse país árabe.
Lavrov acrescentou que a Rússia e a China concordam que a resolução sobre a Síria deve contemplar a não intervenção da ONU nos assuntos internos sírios, além do veto expresso que o documento seja empregado como aval para o uso da força contra esse país.
"Para nós tudo está muito claro: não apoiaremos nenhuma medida, porque as sanções unilaterais foram impostas sem consultar a Rússia e a China", ressaltou.
O chefe da diplomacia russa expressou que Moscou defende uma solução negociada do conflito na Síria.
"Convocamos todos os participantes do drama sírio a uma reunião o mais rápido possível para definir o começo de um diálogo nacional", declarou.
Lavrov destacou que a Liga Árabe propôs que essa reunião fosse realizada no Cairo e manifestou que a Rússia também está disposta a recebê-la.
"Se para alguém for complicada essa reunião no Cairo, nós estamos dispostos a receber em nosso território todas as partes sírias e, sem nenhum tipo de intromissão, criar as condições para que comecem a chegar a um acordo", ressaltou.
Com agências de notícias.
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