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Universidade dos EUA pagará US$ 1 bi em indenizações por abusos sexuais de ginecologista

George Tyndall foi acusado por mais de 710 mulheres; acordo é o maior deste tipo já feito na história dos EUA

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Por Redação
Atualização:

LOS ANGELES - A Universidade do Sul da Califórnia (USC), nos Estados Unidos, concordou em pagar mais de US$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 5,6 bi) a centenas de vítimas de abuso sexual por um ginecologista do câmpus, informou nesta quinta-feira, 25, uma advogada das denunciantes.

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A instituição chegou a um acordo de US$ 842,4 milhões (aproximadamente R$ 4,7 bi) aprovado no Tribunal Superior de Los Angeles, disse a advogada Gloria Allred em um comunicado. Além disso, pagará outros US$ 215 milhões (aproximadamente R$ 1,2 bi) em uma ação coletiva federal de 2018. "É o maior acordo contra uma universidade por abuso sexual na história dos Estados Unidos", afirmou Allred.

O ginecologista George Tyndall foi acusado de abusar de pacientes durante exames médicos ao longo de sua carreira de 30 anos, em um grande escândalo para a universidade. Ao todo, afirmaram os advogados, 710 mulheres iniciaram processos civis contra a USC nos tribunais da Califórnia.

O ginecologista George Tyndall, acusado de abuso sexual por mais de 700 mulheres Foto: Richard Vogel/AP

As acusações contra Tyndall, que vão de toques inadequados a estupro, datam de 1990. A vítima mais jovem teria 17 anos. O médico, agora com 74 anos, também foi acusado de tirar fotos dos órgãos genitais das pacientes, tocar em seus seios e fazer comentários obscenos, racistas e homofóbicos.

De acordo com as denúncias, Tyndall tinha como alvo principalmente estudantes que faziam parte de minorias, incluindo alunas asiáticas.

As vítimas afirmam que a universidade não deu uma resposta adequada às acusações contra Tyndall, que não foi investigado pela USC até 2016 e foi autorizado a se aposentar graças a um acordo com a universidade.

Tyndall foi preso em junho de 2019 por 29 crimes relacionados a acusações de agressão e abuso sexual. Seis acusações adicionais foram anunciadas no verão passado (norte). 

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"O tamanho desse acordo é prova do enorme prejuízo que as ações perversas de George Tyndall causaram às nossas clientes", afirmou o escritório de advocacia Manly, Stewart & Finaldi, que representa 234 dessas pessoas, em um comunicado. "Também mostra a culpa da USC por empregar Tyndall durante 30 anos e ignorar um grande número de queixas e evidências de seus delitos", acrescentou.

A USC chamou o acordo de "justo e razoável" e disse que encerrará o litígio no tribunal estadual. Seu conselho de curadores ratificou o acordo.

"Lamento profundamente a dor vivida por esses membros valiosos da comunidade da USC", disse a presidente da USC, Carol Folt, em um comunicado. "Agradecemos a coragem de todos os que se apresentaram e esperamos que esta resolução tão necessária forneça algum alívio às mulheres abusadas por George Tyndall."

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Audry Nafziger, vítima de Tyndall quando era estudante de direito na USC, disse em um comunicado: "É minha sincera esperança que este acordo seja apenas o primeiro passo para servir à justiça contra George Tyndall e seus capacitadores na USC. "

Tyndall afirma ser inocente. Seu advogado, Leonard Levine, disse na quinta-feira que "continua a negar todas as acusações criminais". Levine disse que espera que um julgamento comece ainda este ano. Em resposta à declaração de Folt sobre o acordo, Levine disse que Tyndall "continua a negar toda e qualquer alegação e aguarda o seu dia no tribunal". /AFP e WP