PUBLICIDADE

Universidade russa pede que alunos se enclausurem por dias

Xenofobia obriga estrangeiros a ficarem confinados no aniversário de Hitler

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma importante universidade de Moscou ordenou nesta quinta-feira, 19, que seus estudantes estrangeiros permaneçam em seus dormitórios por três dias, devido à temores de violência étnica relativos ao aniversário de Adolf Hitler, disseram estudantes. A medida, adotada na prestigiada Academia Médica Sechenov de Moscou, ligado à avisos dados a estrangeiros de outras escolas e organizações no passado, reforçou a carência governamental em controlar a xenofobia e o racismo. Centenas de estudantes estrangeiros na Academia Sechenov tiveram que estocar comida e foram avisados para não saírem do dormitório durante o sábado. Estudantes disseram que foi um claro esforço para protegê-los de possíveis ataques de ultranacionalistas marcado o aniversário de Adolf Hitler, no dia 20, sexta-feira. "É bom que a universidade se preocupe conosco, mas por outro lado é absurdo que nossa liberdade seja limitada por causa de alguns grupos militantes", disse Liah Ganeline, uma estudante de medicina israelense. Alexander Brod, cabeça da agência de Moscou para direitos humanos, disse que autoridades devem se esforçar para processar esses grupos e proteger estudantes estrangeiros, ao invés de os submeterem à restrições. "A atividade dos radicais está significantemente aumentando", disse. "Mas as decisões das autoridades universitárias (...) não devem violar a liberdade dos estrangeiros". Ao menos 22 pessoas foram assassinadas e mais de 130 feridas em crimes de ódio aparente na Rússia nesse ano, de acordo com o centro de direitos humanos Sova, que monitora a xenofobia. Ano passado, 53 foram mortos e 460 ficaram feridos, afirma a Sova. Skinheads tendem a se tornar mais violentos perto do aniversário do líder nazista, e no passado apareceram em grupos, gritando bordões e atacando estrangeiros de pele mais escura e outros que não parecessem eslavos. Violações na França Cerca de 50 túmulos de soldados franceses de religião muçulmana foram profanados com inscrições nazistas no maior cemitério militar da França, informaram nesta quinta-feira fontes judiciais. Os autores da profanação, que aconteceu na noite passada, pintaram símbolos nazistas e celtas nos túmulos, assim como lemas do tipo "Heil Hitler" e "Skinhead is not dead", segundo as fontes. O cemitério abriga os corpos dos mortos em combates na frente ocidental no início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), em 1915. No final de março, foram profanadas 51 tumbas do setor judeu de um cemitério francês. Um homem está sob custódia policial desde terça-feira por envolvimento neste caso.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.