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Estudante universitário é retirado de voo nos EUA por falar ao celular em árabe

Khairuldeen Makhzoomi, que momentos antes havia participado de jantar com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, telefonou para o tio em Bagdá, no Iraque, para relatar o encontro

Atualização:

WASHINGTON - Um estudante universitário que aguardava dentro de um avião da Southwest Airlines pela decolagem foi retirado da aeronave no começo deste mês depois de passageiros desconfiarem dele por falar em árabe ao celular. O caso foi divulgado na segunda-feira, 18, pela imprensa dos EUA.

Khairuldeen Makhzoomi, de 26 anos, que frequenta a Universidade da Califórnia em Berkeley, voaria de Los Angeles para Oakland, na Califórnia, quando decidiu fazer uma rápida ligação para um tio que mora na capital do Iraque, Bagdá, para contar que momentos antes havia participado de um jantar com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

Estudante foi tirado de voo da Southwest Airlines por falar em árabe ao celular Foto: AP PHOTO/TED S. WARREN

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Estudante foi tirado de voo da Southwest Airlines por falar em árabe ao celular

O tio de Makhzoomi pediu que ele telefonasse novamente quando chegasse em Oakland e os dois se despediram dizendo "insha'Allah" (Se Deus quiser, em árabe), de acordo com o relato do estudante. Momentos depois, uma mulher que encarava o universitário se levantou e saiu do avião.

Em questão de minutos, policiais escoltaram Makhzoomi para fora do avião e o interrogaram sobre seu telefonema em árabe. Ele teria sido questionado se conhecia "mártires" enquanto era vigiado por cães e revistado por policiais.

"A forma como eles me revistaram, com os cachorros e a atitude dos policiais, além de todas aqueles pessoas que estavam me vendo foi uma humilhação que me fez sofrer e trouxe muitas memórias para minha cabeça", disse o universitário ao 'The Daily Californian'.

Em nota, um porta-voz da Southwest, que até o momento não se desculpou com o universitário, afirmou que a empresa "nem perdoa nem tolera a discriminação", mas neste caso específico, a tripulação do voo "tomou a decisão de investigar um relato de comentários potencialmente ameaçadores a bordo".

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