Uribe aceita demanda das FARC e cria zona desmilitarizada

Área será utilizada para troca de presos pertencentes à FARC por políticos e militares sequestrados pelos guerrilheiros

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, aceitou desmilitarizar duas cidades do sudoeste do país, assim como exigem os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC - marxista), para negociar uma troca humanitária, segundo anúncio de fontes do governo nesta quinta-feira. A informação é do jornal Le Monde. "Há uma vontade política de efetuar uma retirada das tropas (do governo) e de se sentar para negociar", declarou à rádio Caracol, o ex-ministro Alvaro Leyva, designado pelo presidente para estabelecer contato com a principal guerrilha colombiana. Leyva disse ainda que Álvaro Uribe aceitou retirar sua tropas das cidades de Florida e Pradera (departamento Vale do Cauca), que serão declaradas "zona de reencontro" durante 45 dias. A França, a Suíça e a Espanha já haviam proposto, no dia 13 de dezembro, a criação de uma zona desmilitarizada sob controle internacional onde seria realizada a negociação da troca humanitária, mas as FARC rejeitaram tal proposta por considerar muito pequena uma zona desmilitarizada de 180 quilômetros quadrados. A guerrilha marxista, a mais importante do país, com 17 mil combatentes, negocia há quatro anos, através da mídia e da opinião pública, com o presidente Uribe, reeleito dia 28 de maio. As FARC demandam a libertação de 500 guerrilheiros presos, em troca de 58 personalidades militares e políticas seqüestradas. Entre elas estão três americanos e Ingrid Betancourt, de 44 anos, ex-candidata à eleição presidencial, seqüestrada em 23 de fevereiro de 2002.

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