O processo de libertação de um grupo de policiais e militares em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) pareceu ficar menos complexo neste fim de semana, já que o governo do presidente Álvaro Uribe concordou em retirar a exigência de que a entrega de todos os reféns da guerrilha ocorresse de forma simultânea.
O anúncio foi feito no sábado, 19, na sede do governo, pelo alto comissário para a paz, Frank Pearl, que leu um breve comunicado. Parentes dos reféns haviam pedido que as libertações fosse facilitadas, "sem condicionar a uma liberação simultânea de todos os sequestrados", segundo Pearl. "O governo nacional aceitou a petição dos familiares", confirmou o comissário.
Em discurso após o encontro, Uribe disse que aceitou o pedido em "solidariedade". Segundo ele, a preocupação do governo é que as Farc realizem liberações "gota a gota", para fazer política. Estão reféns pelo menos 24 policiais e militares.
Ainda segundo o presidente, será solicitado ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha e à Igreja Católica que "se obtenha uma garantia por parte das Farc para a liberação da totalidade do grupo" dos agentes.
"O governo nacional aceita essas liberações unilaterais", assegurou Uribe em discurso. Os rebeldes das Farc anunciaram em abril que liberariam o cabo do Exército Pablo Emilio Moncayo, pela "reiterada solicitação" de parentes do militar e da senadora Piedad Córdoba. Moncayo foi capturado pelos rebeldes em dezembro de 1997, no sul colombiano.
Em junho, as Farc afirmaram que libertariam o soldado Josué Daniel Calvo Núñez, capturado em 20 de abril passado, na zona rural do departamento (Estado) de Meta, no sul do país.