Uribe afirma estar disposto a se reunir com chefes das Farc

"Se isso é necessário para aperfeiçoar a paz, para podermos dar um passo fundamental em direção à paz, estou disposto a fazê-lo", afirmou o presidente colombiano

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente colombiano, Alvaro Uribe, declarou nesta terça-feira que está "disposto" a se reunir com os chefes dos guerrilheiros das Forças Armadas da Colômbia (Farc) para encontrar a paz para seu país. "Se isso é necessário para aperfeiçoar a paz, para podermos dar um passo fundamental em direção à paz, estou disposto a fazê-lo", disse Uribe à rádio Caracol. "Que não haja a menor dúvida", acrescentou Uribe à rede de emissoras, ao recorrer à distinção evidente da última semana com a principal guerrilha do país na busca de um acordo humanitária para que sejam postos em liberdade 59 seqüestrados por 500 rebeldes presos. Ele pediu prudência às gestões do alto comissário para a paz, Luis Carlos Restrepo, e ao trabalho de "facilitação" do ex-ministro Alvaro Leyva Durán com a guerrilha, e recorreu a vários comunicados de ambas as partes na última semana. Na segunda-feira, Uribe autorizou a busca de um consenso com as Farc sobre as condições que deverão reger a "zona de encontro" que será sede das negociações para o "acordo humanitário". A autorização foi divulgada algumas horas depois do secretariado da guerrilha propor uma pauta de discussões com o objetivo de iniciar um processo de paz. A postura de Uribe anunciada nesta terça supõe uma mudança radical do governante nos últimos anos e ratifica a aceitação de uma série de sugestões de vários "países amigos". Uribe aceitou a proposta de Espanha, França e Suíça para que uma aldeia no departamento do Valle, fosse desocupada pelas forças de segurança, mas as Farc mantiveram sua exigência para que a desmilitarização alcançasse os territórios de Florida e Pradera, localidades a menos de 50 quilômetros ao leste de Cali. Um pouco antes das declarações de Uribe, o ex-ministro Alvaro Leyva Durán pediu ao governo que "dê prioridade à busca do acordo humanitário, através do ´despejo militar´ de Florida e Pradera, antes de propor o esboço de um processo" de paz. Leyva Durán afirmou que o Executivo "deve distinguir entre as duas etapas, primeiro, a liberação dos seqüestrados, e depois, dependendo do êxito nesse processo, diálogos de paz". "Temos que diferenciar as duas etapas, se formos bem-sucedidos na primeira, há uma grande probabilidade de avançar na segunda, que levaria a uma Assembléia Constituinte", disse.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.