Uribe diz que está com gripe suína

Sintomas apareceram depois de encontro da Unasul, onde o colombiano se reuniu com líderes da região

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Por Efe e Afp
Atualização:

O presidente colombiano, Álvaro Uribe, contraiu a gripe H1N1 (suína), confirmaram ontem autoridades em Bogotá. Uribe começou a se sentir mal na sexta-feira, logo após participar da reunião da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) em Bariloche, na Argentina, com a maior parte dos líderes da região - entre eles o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Na ocasião, Uribe e outros presidente passaram mais de seis horas em uma sala fechada debatendo sobre o polêmico acordo militar que permitirá aos EUA usar sete bases militares na Colômbia. Análises confirmaram no sábado o contágio. Segundo o ministro de Saúde da Colômbia, Diego Palacio, Uribe deve permanecer em repouso, mas sua situação é boa. "A evolução clínica é satisfatória", diz um comunicado oficial. "Ele permanecerá isolado por prudência enquanto se recupera." À noite, o porta-voz da presidência colombiana, César Velásquez, disse ter contactado todos os presidentes que estiveram no encontro da Unasul para avisar que o líder colombiano estava doente. Nenhum parente de Uribe até a noite de ontem havia dado sinais de também ter contraído a gripe. UNASUL EM XEQUE Caracas e Bogotá voltaram a trocar acusações ontem, expondo o fracasso da reunião da Unasul em impulsionar o diálogo regional. O jornal El Tiempo, de Bogotá, publicou informações sobre um relatório da inteligência colombiana que alerta para o fato de simpatizantes do presidente venezuelano, Hugo Chávez, estarem prontos para lançar, em janeiro, na Colômbia, um partido bolivariano para concorrer às eleições presidenciais e legislativas do próximo ano. Segundo o jornal, o partido chavista se chamaria Movimento Socialista Bolivariano. Horas depois da divulgação do relatório, Chávez defendeu o "rompimento progressivo" das relações com a Colômbia numa entrevista coletiva e disse que a reunião da Unasul mostrou que o vizinho está "isolado". "(EUA e Colômbia) mentem ao negar a natureza militar e estratégica (do novo acordo)", disse Chávez. "Há uma estratégia de domínio global em andamento", disse o venezuelano. Em um artigo, Chávez também disse que Uribe não pode dar garantias aos países da região de que seus territórios não serão violados se os EUA usarem sete bases militares colombianas, como prevê o acordo debatido na Unasul. As tensões entre Bogotá e Caracas intensificaram-se em julho, após o anúncio desse novo acordo. Há duas semanas, Chávez pediu a seu Ministério de Informações para que fizesse "o necessário para suas mensagens chegarem ao povo colombiano". Em resposta, Bogotá acusou Chávez de ingerência em assuntos internos e denunciou seu "expansionismo" na Organização dos Estados Americanos.

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