PUBLICIDADE

Uribe diz que não existem fronteiras para coca e terrorismo

O presidente colombiano afirmou às nações vizinhas que não basta ter respeito formal à democracia, mas é necessário ter o respeito material, na prática e nos fatos

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente colombiano, Álvaro Uribe, disse no último sábado que a cocaína e o terrorismo não têm fronteiras, e assegurou que em seu país não "há uma insurgência com causa nobre". Uribe, que presidiu um conselho comunitário em Puerto Asís, departamento do Putumayo (na fronteira com o Equador), afirmou às nações vizinhas que não basta ter respeito formal à democracia, mas é necessário ter o respeito material, na prática e nos fatos. "Por isso, para que esse respeito aconteça, os países vizinhos têm de dimensionar, entender que o que existe na Colômbia não é uma insurgência com uma causa nobre, mas um terrorismo financiado pela coca". Implicitamente, estas afirmações são uma resposta às declarações do candidato presidencial equatoriano, Rafael Correa, que não considerou as guerrilhas das Farc terroristas, como fazem os Estados Unidos e a União Européia (UE). Segundo o governante, "a coca não tem fronteiras, é destruidora da ecologia, é financiadora do terrorismo, é destruidora da ética, e é o grande impulso para que se perca o respeito à Constituição". Uribe disse também que a suspensão do combate ao cultivo ilegal na região fronteiriça com o Equador permitiu um significativo aumento das plantações de coca. De acordo com o presidente colombiano, oito mil hectares semeados com folha de coca surgiram após o fim do combate à plantação ilegal na região da fronteira com o Equador. "Quando declaramos aos países vizinhos total respeito a sua autonomia, também reivindicamos compreensão para entender que a grande ameaça à democracia colombiana é a coca e o terrorismo, e que o Governo da Colômbia tem que defender sua democracia", disse. Colômbia e Equador acordaram no ano passado a suspensão temporária das aspersões aéreas realizadas pelas autoridades colombianas em uma faixa de 10 quilômetros a partir da fronteira entre os dois países. "Me proponho a falar com o presidente Palacio (Alfredo), estudar com nossas Forças Militares e de Polícia o que deemos fazer e tentar tomar as melhores e mais eficazes decisões para libertar definitivamente esta área do flagelo da coca", afirmou Uribe.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.