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Uribe rejeita internacionalização de acordo de paz com guerrilhas

Venezuela apresenta na quinta-feira proposta para resolver conflito bilateral.

Por Claudia Jardim
Atualização:

O presidente da Colômbia Álvaro Uribe rejeitou nesta terça-feira a possibilidade de internacionalizar um processo de paz com as guerrilhas colombianas, ao afirmar que a medida daria "oxigênio" aos grupos armados. "Sabemos que a cobra do terrorismo quando sente que está encurralada e que está com uma corda no pescoço pede processos de paz, para que afrouxemos a forca e para que ela possa tomar oxigênio e voltar a envenenar", disse afirmou Uribe, durante ato de despedida no ministério de Defesa, em Bogotá. As declarações de Uribe ocorrem em meio ao giro que o ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, faz a sete países da região para concertar um "plano de paz" que deve ser apresentado na quinta-feira, na reunião de chanceleres da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), em Quito, como proposta para solucionar a crise binacional. Uribe disse que não se deixará "enganar" e que os colombianos sabem "como conduzir processos de paz", em referência ao controvertido processo de desmobilização de grupos paramilitares. "Agora querem internacionalizar a solicitação para que levantemos a forca e nessa armadilha, não vamos cair", afirmou Uribe, que desde que chegou ao poder, em 2002, endureceu a política de combate às guerrilhas. Venezuela Logo depois, o chanceler colombiano Jaime Bermudez disse que a proposta venezuelano representa "intromissão" nos assuntos internos de seu país. "Não há nada mais sensível que uma política de segurança e paz", afirmou Bermudez. A saída militar e não negociada do conflito é uma das principais críticas dos opositores do uribismo, por considerar que a medida incrementa a violência no interior do país e afasta a possibilidade real de um acordo de paz, que daria fim à guerra que já dura mais de 60 anos. Uribe, que deixará o governo em 10 dias, disse que seu governo pede o cumprimento das normas internacionais para combater os grupos armados. Sem fazer referência direta à Venezuela, Uribe disse que "alguns setores" falam de paz, quando o problema é a segurança regional para que não exista "nenhum bandido". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.