MONTEVIDEO - O Uruguai retomará as aulas presenciais em junho, segundo anúncio feito nesta quinta-feira, 21, pelo presidente do país, Luis Lacalle Pou. A volta às escolas será organizada em uma programação de três etapas e inicialmente com comparecimento voluntário.
“Temos um apoio muito importante dos cientistas uruguaios que elaboraram um protocolo”, declarou o chefe de governo após ter se reunido com o comitê consultivo da covid-19.
O país de 3,5 milhões de habitantes não adotou nem um confinamento rigoroso, nem uma negação dos casos. A posição do presidente uruguaio foi cuidadosa e sua estratégia tem sido ajustar a saúde e a economia, evitando a quarentena obrigatória e apelando para a responsabilidade da população. A ideia do governo uruguaio é permitir que se acelere a economia se os resultados forem bons e retardar o processo ou apertar o confinamento se piorar.
O Uruguai suspendeu todas as aulas no dia 13 de março, quando detectou os primeiros casos de coronavírus, e declarou emergência sanitária. No fim de abril, possibilitou o retorno voluntário de escolas rurais em quase todos os departamentos - com exceção de Montevidéu e Canelones - com uma frequência de cerca de 50%.
Segundo o plano anunciado, em 1º de junho voltam os alunos de escolas rurais de todo o país, os de centros para alunos com vulnerabilidades educacionais e sociais, as escolas de educação especial e o último ano do bacharelado e formação profissional (UTU). A exceção é Montevideo e a região metropolitana.
Em 15 de junho, a volta será viabilizada em centros de educação infantil e inicial (para crianças de até 5 anos) em todo o Uruguai, assim como no último ano de bacharelado e UTU na capital. Na mesma data, serão abertas escolas primárias e secundárias, exceto em Montevidéu e na região metropolitana. O retorno de todos os demais está marcado para 29 de junho.
Os dias de aula terão menos de quatro horas de atividade e a entrada nos centros será escalonada para garantir a distância mínima, disse o presidente do Conselho Diretor Central da Administração Nacional de Educação Pública (ANEP), Robert Silva. Ele explicou que haverá discussões com os centros sobre como os grupos de ensino serão divididos para atender em dias separados.
Recreios e intervalos ocorrerão em turnos diferentes. Escolas para crianças pequenas ou alunos especiais terão condições diferenciadas de retorno. Férias de julho serão movidas para outra data. Na próxima segunda, os integrantes das equipes de ensino e gestão poderão retornar aos centros e não serão submetidos a testes de diagnósticos de coronavírus, como foi o caso de 300 professores rurais, a menos que haja indicações médicas para isso.
“Estamos dando esse passo porque o risco é mínimo, senão não estaríamos”, destacou Lacalle Pou. De acordo com os últimos dados oficiais, o Uruguai teve até agora 749 casos de coronavírus, três deles nas últimas 24 horas, e 20 mortes por Covid-19. / AFP
