MONTEVIDÉU - O ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Luis Almagro, disse nesta segunda-feira, 2, que o país é contra a entrada da Venezuela "nessas circunstâncias" no Mercosul, após o impeachment de Fernando Lugo, no Paraguai, mas não quis exercer o poder de veto no bloco.Veja também:Sem o Paraguai, Mercosul admite Venezuela como membro plenoLíderes querem evitar questionamento sobre decisãoVenezuela reforça imagem populista do Mercosul'
Na cúpula do Mercosul realizada em Mendoza na última sexta-feira, 29, os estados membros marcaram uma "reunião especial" para o dia 31 de julho, no Rio de Janeiro, para incorporar a Venezuela ao bloco. A decisão veio depois de o Paraguai ser suspenso após o impeachment do presidente Fernando Lugo, em 22 de junho.A entrada da Venezuela no Mercosul não havia sido ratificada pelo Senado do Paraguai, o que aconteceu nos legislativos da Argentina, Brasil e Uruguai. "Acreditamos que não era o momento (para a entrada da Venezuela) e isso não deveria ser implementado nessas circunstâncias. Temos fundamentos jurídicos, políticos e éticos a respeito disso, os quais expusemos durante toda a quinta-feira, nas negociações", disse Almagro, ao Canal 4 de Montevidéu. "Nesses termos e nessas condições (...), estive contra o que foi feito", acrescentou.O chanceler acrescentou que a decisão pela entrada da Venezuela foi concluída em uma reunião privada entre os presidentes da Argentina, Cristina Kirchner; Brasil, Dilma Rousseff e do Uruguai, José Mujica, em uma iniciativa principalmente brasileira. Almagro explicou ainda que o país optou por não exercer o poder de veto para não "bloquear a maioria."O Mercosul foi criado em 1991 pelo Tratado de Assunção entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.