Uso de identificação de imprensa por agressor palestino é grave

Há oito meses, empresas jornalísticas de EUA e Europa divulgaram minuciosa 'Convocação para práticas e princípios de segurança'

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SÃO PAULO - Há oito meses, em Nova York, as principais empresas jornalísticas de EUA e Europa divulgaram uma minuciosa 'Convocação para práticas e princípios de segurança global', pacote de normas para jornalistas em coberturas perigosas.

A regra padrão, destaca o manifesto, é não transigir na obediência ao disposto - por exemplo, manter os coletes azuis e capacetes, identificados pela palavra "press' (imprensa). Foi assim, paramentado com os acessórios da profissão, que um militante palestino cruzou um ponto de checagem de identidade e controle para esfaquear um soldado israelense.

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Rompeu uma linha de conduta ética - talvez para sempre.

Repórteres em ação na zona de combate precisam ter o devido seguro - condicionado ao treinamento prévio em sobrevivência e socorro médico - além, claro, de conhecimento na utilização de equipamentos de proteção. Jornalistas não usam armas e não se envolvem na luta.

O risco é sempre grande. Em 2014, de acordo com um levantamento da ONU, morreram 66 jornalistas em conflitos.

Há 24 anos, o acesso às frentes de batalha tem sido muito facilitado por iniciativas como as das operações "embedded", nas quais o profissional de imprensa é embutido em uma unidade militar envolvida em missão real. Repórteres passam por rigorosa e ampla instrução. Na Grã-Bretanha, o trabalho é feito pelos homens do Special Air Service, time especial do Exército britânico. Nos EUA, por fuzileiros, os marines, ou grupos ranger, elite da força terrestre.

Os candidatos aprendem a andar em terreno minado, a manter atitude de defesa sob fogo, tratar ferimentos e, sobretudo, a evitar ameaças desnecessárias. É um bom condicionamento. Nada, porém, que possa superar a mão, a faca, e a cabeça armadas pela convicção radical.

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