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''Vai piorar antes de melhorar'', diz Obama

Presidente eleito volta a defender ajuda à indústria automobilística

Por AP e Washington
Atualização:

O presidente eleito Barack Obama advertiu ontem que a situação da economia americana deve ainda "piorar antes de melhorar". E reiterou a promessa de um plano de recuperação "à altura do que a tarefa exige". Na entrevista ao programa Meet the Press, da rede de TV NBC, Obama disse ainda que a sobrevivência da capacidade americana de fabricar automóveis é importante, mas ressaltou que o resgate do setor automotivo deve "estar condicionado ao fato de emergir, no fim do processo, uma indústria realmente eficiente." O presidente eleito sugeriu ainda a demissão dos executivos do ramo "que ignoraram a realidade". A seis semanas da posse, Obama disse a ajuda a proprietários de imóveis ameaçados de execução hipotecária é uma de suas opções. E esquivou-se da pergunta sobre o quanto pretende elevar os impostos de americanos ricos. A entrevista à NBC foi a mais extensa concedida por Obama desde sua vitória na eleição de novembro. No sábado, o presidente eleito havia anunciado um plano para implementar o maior investimento em infra-estrutura desde os anos 50, como forma de criar 2,5 milhões de empregos até 2011. Na semana passada, foi anunciado o corte de 533 mil postos de trabalho só em novembro. Numa mensagem de advertência a congressistas que debatem as medidas para conter a crise, Obama disse que a prioridade será dada aos projetos que criarem empregos diretos. "Foi-se o tempo da aprovação de verbas pelo Congresso apenas para fins clientelísticos", acrescentou. Apesar da explícita manifestação de apoio ao resgate financeiro das montadoras, Obama esquivou-se de se aprofundar no assunto. O Congresso e o governo de George W. Bush trabalham num plano de aproximadamente US$ 15 bilhões para a GM, a Ford e a Chrysler. Os líderes do Congresso esperam aprovar a medida nesta semana. Obama insistiu na necessidade de "cobrar vigorosamente das montadoras as mudanças necessárias". Ele também indicou não acreditar que a concordata seria um curso de ação aceitável para as companhias. Mantendo a discrição sobre os temas que ainda são conduzidos pelo governo Bush, o presidente eleito evitou detalhes sobre o ritmo de uma retirada de soldados do Iraque, dizendo que ia pedir aos generais americanos um plano "para uma retirada responsável". Na campanha, ele disse que queria a retirada da maioria dos soldados americanos num prazo de 16 meses, mas não disse quantos soldados seriam mantidos lá. SECRETÁRIO ASIÁTICO Obama também anunciou ontem a escolha do general da reserva Eric Shinseki para chefiar o Departamento de Assuntos dos Veteranos. Shinseki foi forçado à se retirar pela administração Bush depois de declarar que o plano de invasão original do Iraque não incluiu uma quantidade suficiente de soldados. "Ele estava certo", disse Obama. Shinseki, de ascendência japonesa, foi o primeiro militar americano de origem asiática a conquistar a patente de general de quatro-estrelas. Obama não quis comentar a possível nomeação de Caroline Kennedy, filha de John F. Kennedy, para ocupar a cadeira da senadora de Nova York, Hillary Clinton, no Senado. Pelas lei americana, caberá ao governador do Estado escolher a substituta da senadora, nomeada secretária de Estado.

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