28 de abril de 2011 | 19h00
Ontem, ao anunciar no 8º Congresso Nacional de Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (CUT) sua ida à Líbia, o ex-ministro elogiou o novo direcionamento do governo Dilma Rousseff sobre os direitos humanos no Irã. "É a mesma diplomacia, mas com ajustes. Os ajustes que foram feitos eu saúdo, são positivos", avaliou o ex-ministro ao comparar a política externa do atual governo com a do governo em que participou.
A uma plateia de aproximadamente 500 metalúrgicos, o ex-ministro ressaltou que a política de Dilma é a mesma de Lula, mas que "continuar não é repetir". "O que deve ter pesado é a condição especial da presidente, mulher, ex-presa política, torturada, sobretudo com a sensibilidade que nenhum homem poderá ter sobre um problema específico de opressão à mulher", disse, se referindo ao caso da sentença de morte por apedrejamento da iraniana Sakineh Ashtiani.
Votação
Para Vannuchi, a decisão do governo brasileiro de apoiar o envio de um relator da ONU para investigar a situação dos direitos humanos no Irã não aconteceu no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva porque a questão não foi cogitada na época. "Essa votação não teve antes, então não se pode comparar uma coisa com outra", argumentou. "São momentos diferentes e, neste sentido(votação), a posição sobre os direitos humanos no Irã melhorou", completou. Ele lembrou ainda que Lula ofereceu asilo à iraniana.
Quanto à Líbia, o ex-ministro disse que o fato do Brasil se opor a uma intervenção militar no país africano, não significa que a presidente apoie Muamar Kadafi. Ao defender um cessar-fogo, Vannuchi disse ataques deveriam partir de uma posição multilateral das Nações Unidas e que promover guerra em nome dos direitos humanos "carece de legitimidade"."A democracia não se resolve com ocupação militar, invasão, é com pressão, diálogo, protestos e sanções. Tem que tirar a guerra como garantia de direitos humanos".
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