LIMA - O escritor peruano Mario Vargas Llosa viajará a Caracas este mês para apoiar os opositores do presidente Nicolás Maduro e participar de um seminário sobre a liberdade na América Latina. "Vou à Venezuela porque terá uma reunião do Cedice (Centro de Divulgação do Conhecimento Econômico para a Liberdade), uma fundação liberal que trava uma batalha heroica ao lado dos resistentes venezuelanos", disse o prêmio Nobel de Literatura ao canal N.
Vargas Llosa afirmou que vai, "junto com outros liberais", dar "seu apoio e solidariedade" aos que "estão resistindo à ditadura de Maduro". Ele ressaltou sentir a necessidade de ir a Caracas para expressar solidariedade com o movimento que luta por liberdade na Venezuela e em toda a América Latina.
O escritor criticou governos latino-americanos, como o peruano de Ollanta Humala, por manterem, segundo ele, uma posição neutra diante do "desaparecimento" da democracia na Venezuela.
No dia 24 de março, Vargas Llosa recebeu a deputada opositora venezuelana María Corina Machado em Lima. No mesmo dia, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello, havia anunciado a perda do mandato de Corina por ela ter criticado a situação política na OEA (Organização dos Estados Americanos).
"Temos o dever moral de lhes apoiar (os opositores) porque se a Venezuela cai, a noite totalitária seguirá se estendendo por nossas democracias frágeis", disse o escritor durante esse encontro.
Desde o dia 12 de fevereiro, as ruas da Venezuela são tomadas por manifestações contra a insegurança e o desabastecimento. O governo já efetuou mais de 2 mil detenções e 39 pessoas morreram nos confrontos entre manifestantes e forças de segurança./ EFE