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Vaticano mantém viagem do papa ao Casaquistão

Por Agencia Estado
Atualização:

Por enquanto, a Santa Sé não está considerando a hipótese de cancelar a viagem do papa João Paulo II para uma das regiões mais perigosas do planeta, no momento. A partir de sábado e até o dia 27, ele vai estar no Casaquistão - ex-república soviética, muito próxima do Afeganistão - e na Armênia. As medidas de segurança serão excepcionais, mesmo porque, segundo as autoridades italianas, o Vaticano e o papa podem estar na mira dos terroristas, como já aconteceu no passado. Além do atentado de Ali Agcá em 1981, houve ameaça de outro atentado ao avião papal em 1995 durante visita às Filipinas. Bomba Por causa dos mesmos riscos foram suspensas as viagens ao Líbano e a Sarajevo em 1994 e, quando o pontífice visitou a capital da Bósnia, em 1997, foi descoberta uma bomba no percurso que faria. Apesar dos riscos e do perigo de um ataque dos Estados Unidos contra o Afeganistão à caça do terrorista Osama bin Laden, o papa jamais pensou em adiar sua 95º viagem internacional, que confirmou, explicitamente, ao receber, no sábado, o novo embaixador armênio junto à Santa Sé, Edward Nalbandian. Vaticano acha que rotas são seguras O Vaticano acredita que não há perigo porque as rotas seguidas são seguras e, sobretudo, porque Karol Wojtyla não é considerado um inimigo do mundo islâmico. Como garantia disso são recordadas as posições do papa a favor do povo palestino, contra os bombardeamentos durante a Guerra do Golfo e a cautela quanto ao uso da violência para rebater os atentados nos Estados Unidos. Segundo os organizadores da visita, são muitos os muçulmanos que reservaram lugar para assistir às cerimônias presididas por João Paulo II no Casaquistão onde a comunidade católica é pequena. Pressão islâmica Apenas 360 mil numa população de 15 milhões de habitantes cuja maioria é de muçulmanos. O país tem papel importante para conter a pressão fundamentalista islâmica de Paquistão e Afeganistão na região. O presidente, Nursultan Nazarbajev, chegou a declarar que os talebans e Bin Laden haviam escolhido seu país como objetivo de conquista para os próximos anos, e a prova da expansão islâmica seriam os dados não oficiais divulgados por agências de notícias católicas : nos últimos anos, com a colaboração turca, egípcia e saudita, foram construídas 1.000 mesquitas no país. A igreja católica aspira obter no país o reconhecimento com dignidade e direitos iguais a muçulmanos e ortodoxos, que são contrários à concessão desse status. Por ora a católica é uma religião com "estatuto especial", garantida por um acordo assinado entre Santa Sé e governo casaco.

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