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Vaticano se opõe à política da igreja dos EUA contra abusos

Por Agencia Estado
Atualização:

O Vaticano rechaçou nesta sexta-feira a política da Igreja Católica dos Estados Unidos contra os abusos sexuais do clero, argumentando que tais medidas não incluem um grau de tolerância e contradizem o direito canônico universal. Ao mesmo tempo em que apóia os esforços dos bispos americanos para cessar os abusos, o Vaticano afirmou que tal política contém itens "difíceis de conciliar" com o direito da Igreja e é de difícil interpretação. Por tais razões, o Vaticano afirmou que antes de conceder sua aprovação, são necessárias uma maior reflexão e uma revisão da normas. A resposta, assinada pelo cardeal Giovanni Battista Re, que preside a Congregação de Bispos, propôs a criação de uma comissão conjunta da cúria americana e o Vaticano para revisar a política. A mensagem do Vaticano não especificou quais as partes da política são consideradas problemáticas, no entanto, é obvio que se trata de certos aspectos do item "tolerância zero" da Igreja dos EA, que descarta a possibilidade de que um sacerdote possa ser reabilitado em caso de abuso sexual. Funcionários do Vaticano e especialistas em direito canônico haviam dito que as normas poderiam violar o direito canônico porque retiram dos sacerdotes acusados seus direitos processuais. A política foi apresentada em junho último pelos bispos americanos, pressionados por uma onda de acusações de abuso sexual contra sacerdotes e por alegações de que as denúncias haviam sido encobertas pela hierarquia eclesiástica.

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