30 de abril de 2010 | 17h08
Ian MacDonald, professor de oceanografia da Universidade Estadual da Flórida e especialista em monitoramento de vazamentos de petróleo por imagens de satélite, disse que pode haver mais de 9 milhões de galões de petróleo flutuando no golfo, tendo como base sua estimativa de 25 mil barris vazados diariamente. No acidente da Exxon Valdez, o vazamento foi de 12 milhões de galões.
Funcionários do Ministério do Interior, nos Estados Unidos, disseram que pode levar 90 dias para conter o vazamento. Se a previsão de 25 mil barris por dia estiver correta e o vazamento permanecer por 90 dias, serão 2,25 milhões de barris ou 94,5 milhões de galões.
Mac Donald e seus colegas do Departamento de Ciências da Terra, Oceano e Atmosfera trabalharam no passado em conjunto com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, pela sigla em inglês) no acompanhamento de vazamentos de petróleo e compartilharam suas estimativas com cientistas de lá. Ele disse que os cientistas da NOAA não contestam os cálculos.
Um porta-voz da NOAA disse que a estimativa do governo de vazamento de 5 mil barris por dia do poço da British Petroleum (BP) foi baseado em avaliações feitas pela BP, pela NOAA e pela guarda costeira dos Estados Unidos.
A estimativa de 5 mil barris foi anunciada na noite de quarta-feira e representou um aumento de cinco vezes em relação à estimativa inicial. As notícias sobre uma estimativa maior aumentou a pressão para que as autoridades tomem medidas mais agressivas para conter o vazamento e elevaram as preocupações sobre o potencial de danos ao meio ambiente e de problemas na economia da costa da região do golfo.
John Amos, geólogo que trabalhou como consultor de empresas como a BP, ExxonMobil e and Royal Dutch Shell no acompanhamento e medição de vazamentos de petróleo a partir de dados de satélite, disse que a NOAA elevou suas estimativas para 5 mil barris por dia depois que ele e seus colegas publicaram cálculos que mostravam que os dados originais eram muito aquém tendo como base os dados da NOAA. Amos também participou de um estudo conjunto entre a indústria e a Nasa usando imagens de satélite para detectar e acompanhar vazamentos de petróleo.
Amos disse que 5 mil barris por dia é uma estimativa "extremamente baixa". Ele disse, baseado nos mapas da NOAA, que um dado mais realista seria de 20 mil barris por dia.
John Curry, porta-voz da BP no comando de operações na costa central do golfo, disse que os 5 mil barris era um cálculo "estimado". "Há uma série de incertezas e é muito difícil medir de forma acurada", disse ele. As informações são da Dow Jones.
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