Venda de armas de fogo bate recorde na Black Friday americana, revela FBI

Instituição realizou mais de 185 mil verificações de antecedentes criminais de possíveis compradores. Legisladores reivindicam um sistema de verificação mais rigoroso para impedir que as armas cheguem a criminosos e pessoas com deficiência

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WASHINGTON - As armas de fogo bateram recordes de venda durante os descontos da Black Friday nos Estados Unidos na sexta-feira, e o FBI, polícia federal americana, efetuou um número inédito de revisões de antecedentes criminais, disse um porta-voz da instituição.

O FBI realizou 185.345 verificações de antecedentes criminais de possíveis compradores, que aproveitaram as promoções da Black Friday para adquirir armas de fogo ao invés de brinquedos e presentes de Natal, como é tradição no principal dia de descontos no comércio dos EUA.

Para chefes de políciaem Chicago, não existe um antídoto contra a violência e as mortes provocadas pela posse de armas ilegais Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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A verificação de antecedentes criminais, condição indispensável para se comprar armas em alguns Estados do país, em 2015 aumentou em 5% com relação à Black Friday do ano passado, quando o FBI efetuou 175.754 revisões de possíveis compradores.

Os números registrados este ano superam o recorde de 2012, quando foram analisados os históricos criminais de 177.170 pessoas, indicou o porta-voz do FBI Stephen Fischer.

Com o objetivo de evitar os massacres com armas de fogo, legisladores e grupos que combatem a violência armada reivindicam um sistema de verificação de antecedentes criminais mais rigoroso para impedir que as armas cheguem a criminosos e pessoas com problemas de saúde mental.

Na quarta-feira, um tiroteio contra um centro de assistência para portadores de necessidades especiais em San Bernardino, na Califórnia, deixou 14 mortos e 14 feridos.

O tiroteio na Califórnia é o episódio mais recente da violência armada que assola os Estados Unidos e contra a qual o presidente Barack Obama tentou lutar após o massacre de 2012 na escola Sandy Hook, em Newtown, Connecticut, onde 20 crianças e seis mulheres foram assassinadas a tiros.

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Após esse massacre, Obama assinou 23 decretos presidenciais e o Congresso realizou debates para aumentar o controle sobre a venda de armas.

Nos EUA, o horror dos massacres não parece afetar os defensores de rifles e pistolas. Segundo dados da empresa de consultoria Gallup, o número de americanos que defendem um controle maior para o comércio e o porte de armas caiu dramaticamente nos últimos 24 anos, passando de 79% em 1990 para 47% em 2014. /EFE

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