Venezuela abandona dólar em operações de câmbio e substitui por euro
Segundo Caracas, as sanções introduzidas por Washington contra o país 'impedem a possibilidade de continuar a negociar em dólar', e as restrições impostas pelos EUA são 'ilegais e contra o direito internacional'
Por Redação
Atualização:
CARACAS - O vice-presidente da área econômica, Tareck El Aissami, anunciou nesta terça-feira, 16, que a Venezuela abandonará o dólar e, a partir de agora, todas as transações no mercado de câmbio passarão a ser feitas em euro, yuan ou qualquer outra moeda, exceto a americana.
PUBLICIDADE
Aissami também anunciou que, por ordem do presidente Nicolás Maduro, serão colocados 2 milhões de euros no sistema cambiário da Venezuela. "A partir de agora os leilões do Dicom (taxa de câmbio oficial), os créditos que sejam entregues pelo sistema financeiro nacional, passam a ser em euros, em yuan ou qualquer outra moeda convertível", anunciou.
Segundo Aissami, as sanções introduzidas por Washington contra Caracas“impedem a possibilidade de continuar a negociar em dólar”. Ele acrescentou que as restrições impostas pelos EUA são “ilegais e contra o direito internacional”.
Inflação: Quanto se gasta para fazer compras na Venezuela
1 / 13Inflação: Quanto se gasta para fazer compras na Venezuela
Queijo: 7,5 milhões de bolívares
O preço equivale a US$ 1,14 e foi registrado em um mini-mercado em Caracas, capital da Venezuela, em 16 de agosto. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Pacote de absorventes: 3,5 milhões de bolívares
O preço foi registrado em um mini-mercado na vizinhança de Catia, em Caracas, e corresponde a US$ 0,53. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Um quilo de arroz: 2,5 milhões de bolívares
O preço corresponde a US$ 0,38 e foi registrado em 16 de agosto, na capital Caracas. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
500 g de margarina: 3 milhões de bolívares
O preço foi registrado em um mini-mercado informal na vizinhança de Catia, de baixa renda, em Caracas. O custo do produto corresponde a US$ 0,46. Foto:
1 quilo de cenouras: 3 milhões de bolívares
O custo corresponde a US$ 0,46 e foi registrado em um mercado informal em Caracas. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
1 quilo de farinha de milho: 2,5 milhões de bolívares
O preço equivale a US$ 0,38. O registro foi feito no dia 16 de agosto, em um mercado de Catia, região de baixa renda em Caracas. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Sabonete: 3,5 milhões de bolívares
No dia 16 de agosto, o preço foi registrado em um mini-mercado da capital venezuelana. O preço corresponde a US$ 0,53. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Pacote de fraldas: 8 milhões de bolívares
O custo equivale a US$ 1,22 e foi registrado no dia 16 de agosto, em Caracas. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
2,4 quilos de frango: 14,6 milhões de bolívares
O preço é o equivalente a US$ 2,22 e seu registro foi realizado no dia 16 de agosto. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Um rolo de papel higiênico: 2,6 milhões de bolívares
O preço foi registrado em um mini-mercado informal de um bairro de baixa renda, em Caracas. O valor corresponde a US$ 0,40. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
1 quilo de macarrão: 2,5 milhões de bolívares
O valor é equivalente a US$ 0,38 e foi registrado no dia 16 de agosto, em um mini-mercado informal. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
1 quilo de carne vermelha: 9,5 milhões de bolívares
O preço equivale a US$ 1,45 e foi registrado em mercado informal de Caracas. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
1 quilo de tomates: 5 milhões de bolívares
Preço é o equivalente a US$ 0,76 e foi registrado em um pequeno mercado informal no bairro de Catia, em Caracas. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Desde a imposição das sanções, algumas empresas farmacêuticas venezuelanas que receberam dólares do Banco Central, a preços preferenciais, tiveram contas bloqueadas e foram proibidas de efetuar transações com a moeda americana.
O vice-presidente venezuelano também acusou os bancos de colocar “valores irracionais” nas taxas de intermediação. “Há setores financeiros que usaram as sanções para se enriquecerem desde que os EUA começaram a agredir com maior ferocidade nosso sistema econômico”, afirmou.
“O bloqueio financeiro americano contra a Venezuela afeta os setores público e privado e mostra até onde o imperialismo pode ir em sua loucura”, disse Aissami. No ano passado, os EUA impuseram sanções proibindo a negociação de novas dívidas e ações emitidas pelo governo venezuelano. / REUTERS