
04 de setembro de 2018 | 03h41
CARACAS - O governo da Venezuela acusou a Organização das Nações Unidas (ONU) de promover "intervenções estrangeiras" no país mediante à diáspora venezuelana. Pela primeira vez, Caracas estimou nesta segunda-feira, 3, em 600 mil o número de cidadãos que fugiram para o exterior e desqualificou os balanços apresentados pela organização internacional.
Segundo o presidente Nicolás Maduro, o balanço apresentado pelo governo é "certificado e sério". "Claro que um grupo de venezuelanos, devido aos distúrbios, violência, agressão e bloqueio financeiro dos Estados Unidos, tentaram a sorte no exterior, mas 90% deles estão arrependidos", disse.
Mais cedo, a vice-presidente, Delcy Rodríguez, afirmou que encaminhou um comunicado ao secretário-geral da ONU, António Guterrez, para manifestar "preocupação" com a forma que "alguns funcionários" tentam transformar "um fluxo migratório normal em uma crise humanitária que justificaria intervenções externas".
"Eles afirmam isso usando dados de governos de países inimigos", disse Delcy, acompanhada de seu irmão, o ministro de Comunicações Jorge Rodríguez. A vice-presidente não identificou quais funcionários se referia em seu comunicado à ONU nem quais países inimigos estaria falando.
No mesmo dia, Caracas condenou a resolução discutida em Quito pelo Grupo de Lima, a qual o Brasil rejeitou, e apresentada à ONU para punir o chavismo por violações de direitos humanos. Se aprovada, a medida seria uma forma incrementar os ataques internacionais contra o regime, ampliando seu isolamento no cenário internacional. O Grupo de Lima é formado por doze países americanos, incluindo Canadá e Argentina. //AFP
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