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Venezuela anuncia racionamento elétrico em dez Estados

De acordo com o governo, consumo residencial é responsável por 63% da demanda, o que tornou a medida necessária para 'salvar' a central hidrelétrica de Guri, que abastece 70% do país

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Por Redação
Atualização:

CARACAS - A crise elétrica que afeta a Venezuela levou o governo do presidente Nicolás Maduro a anunciar um racionamento no fornecimento de energia elétrica nos 10 Estados mais populosos e industrializados do país, incluindo a região de Caracas.

"Não houve consciência das pessoas na economia residencial, motivo pelo qual será necessário aplicar um plano de administração da distribuição, sobre o qual darei os detalhes nos próximos quatro dias", anunciou na quarta-feira, 20, o ministro de Energia Elétrica, Luis Motta Domínguez, durante uma transmissão de TV a partir da Central Hidrelétrica de Guri.

Maduro lamentou que consumidores residenciais não reduziram consumo de energia em nível suficiente para evitar racionamento Foto: AFP PHOTO / JUAN BARRETO

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Domínguez afirmou que Guri, que fornece 70% da energia elétrica consumida no país, "segue perdendo volume paulatinamente e está se aproximando da cota mínima operacional", o que exige o racionamento.

Motta destacou que o "maior consumo elétrico é o residencial", representando 63%, com principal demanda nos estados de Zulia, Gran Caracas, Carabobo, Aragua, Lara, Bolívar, Miranda, Barinas, Monagas e Falcon. O país com as maiores reservas de petróleo do mundo, que viveu uma dura crise elétrica em 2010, sofre apagões e racionamentos de água, aumentando as dificuldades do dia a dia.

O presidente Nicolás Maduro disse também na quarta-feira que "lamentavelmente a economia de que necessitamos em nível residencial não foi obtida", e previu medidas para "salvar Guri" do colapso. Caracas estava a salvo dos apagões que afetam o interior do país há vários anos, e inclusive o único plano de racionamento desenhado para a capital do país, em 2010, foi suspenso após poucos dias.

A partir de 1º de maio, os relógios serão adiantados em meia hora, com o país retornando ao horário que vigorou até 9 de dezembro de 2007, quando o então presidente Hugo Chávez fixou a hora em -4h30 GMT, em outra medida para poupar energia.

O governo também declarou as sextas-feiras dia de folga para o setor público nos próximos dois meses. Além disso, a carga horária de trabalho em ministérios e empresas públicas foi reduzida durante a semana.

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Na Semana Santa, os setores público e privado foram liberados de trabalhar, o que, segundo o governo, teve um resultado bem-sucedido para poupar energia.

No início do mês, Maduro decretou a ampliação para nove horas diárias o racionamento de energia para grandes consumidores, como os hotéis, que devem gerar sua própria eletricidade. A medida teve início em fevereiro, por quatro horas, e levou as lojas a encurtar seu horário de funcionamento.

Analistas econômicos advertem que tais medidas afetam a produtividade de um país que já enfrenta uma aguda crise econômica, recessão, a mais alta inflação do planeta (180% em 2015) e escassez de alimentos. / AFP

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